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O festival Paredes de Coura está de parabéns: neste 2017 faz 25 anos, numa festa que se prolonga de 16 a 19 de Agosto. O evento é histórico em Portugal, despertou talentos e consagrou grandes nomes contemporâneos, e posso até assegurar que a afirmação “eu vi a banda x ou y em Coura antes de serem famosos” é das mais proferidas por quem está agora na casa dos 30.
Apesar da vontade hercúlea de ver todos os concertos e fazer render o passe geral, sejamos honestos: teremos de fazer escolhas. Para cada um dos quatro dias de música, seleccionei as actuações de que toda a gente irá falar, os mínimos olímpicos para que o teu Paredes de Coura seja inesquecível.
Adolfo e seus companheiros de viagem estão também de parabéns, neste ano em que se assinala o 25º aniversário do disco Mutantes S.21. Mote de tour e reedição comemorativa, levam a Paredes de Coura a prova de que a música é como o vinho do Porto e melhora com o tempo. Recordem os Mão Morta nos idos e irreverentes anos 90, num concerto em Braga, terra natal.
Os Mão Morta são um dos melhores momentos da arte nacional, sempre cheios de atitude, devem a sua carreira à vitalidade punk, aventureira e destemida. Por isso, seguimos com tudo, que em Coura é para rock & rollar.
King Krule, DJ JD Sports, Edgar the Beatmaker, Edgar the Breathtaker, Lankslacks, Simply Red, The Return of Pimp Shrimp – chamem o que quiserem a Archy Marshall, para mim será sempre Zoo Kid. Nasceu em 1994 e aproveita ao máximo o tempo em que vive, as oportunidades que a sua geração tem e os sonhos sem limites.
De voz crua, cruza géneros e artes, afirma-se numa fusão de jazz, punk e hip hop, numa permanente e surpreendente reinvenção. Vi-o na sua estreia em Portugal na Garagem Passos Manuel, em pleno Vodafone Mexefest 2012 no Porto, e só é pena que cinco anos depois mantenha o seu estatuto de promessa. Aguardamos a passagem ao estatuto de segura confirmação.
Diz-se um artista falhado, persona de palco e de disco, mas o australiano goza actualmente uma das mais interessantes carreiras. O sintetizador e a melancolia dançável já o trouxeram a Portugal recentemente, mas agora promete encher o verde anfiteatro natural com a sua coolness e charme. E aquele cabelo? Magnífico.
Estreiam-se em Portugal e trazem-nos o jazz de fusão a que nos habituaram nas edições discográficas. São a nova geração do género, atentos ao mundo, já colaboraram com nomes como Frank Ocean e Tyler, the Creator (que acabou por não nos visitar no SBSR), e até com Sam T. Herring, o crooner do século XXI e vocalista dos Future Islands.
Em 2014 esgotaram grandes salas no Porto e Lisboa, no auge do sucesso do single Seasons. Não é difícil perceber porque é um concerto imperdível: não bastasse o revivalismo estético da sua música, Sam tem os melhores passos de dança, enquanto despeja a sua alma sofrida em palco.
O sábio que afirmou que há oportunidades únicas na vida, gargalhou quando soube desta confirmação em Coura. Foi um dos melhores concertos do Primavera Sound Porto deste ano, arrastando inclusivamente o nosso colega Jorge até à nobre cidade invicta. Se não curtem spoilers, não leiam a nossa reportagem desse concerto 🙂
Os rapazes vivem o sonho de todos os que alguma vez formaram uma banda, e fazem rock do qual é impossível não gostar. Seguem as instruções e criam canções orelhudas e que caem bem no palco, e evidenciam uma certa química a cada nota projectada. O hit The house heaven built fica bem em qualquer cenário, da festa de finalistas, à banda sonora do filme dramalhão do ano.
E por falar em regressos, vi-os em 2014 no Milhões de Festa em Barcelos e sei que encantaram o público do Músicas do Mundo em Sines. Se ainda não conhecem Jambinai, não imaginam o que andam a perder.
Eu explico: os norte-coreanos são o que aconteceria se os Godspeed You! Black Emperor integrassem instrumentos orientais nas gravações. Reconhecemos em Jambinai o exotismo da sua geografia, mas também reconhecemos o pós-rock e a admiração por sonoridades e composições intrincadas.
Talento britânico do spoken word, é uma poetisa que reporta os dramas dos millennials e de um país em mudança. Voz de uma geração, estreia-se por cá na hora certa.
Quando os At The Drive-In agitaram a internet para anunciar o seu regresso, coincidiu o NOS Alive ter agendado para o mesmo dia uma grande revelação. Ora, foram horas de expectativa e inquietação, que deixou milhares de almas de rastos quando descobriram que os eventos não estavam nem um bocadinho relacionados 🙁 Coube ao festival Paredes de Coura refazer os corações partidos, e adicionar esta force majeure ao cartaz.
Os At The Drive-In estão de regresso depois de terem dado um tempo, e ainda bem. Espera-se um concerto fulminante, enérgico e sem paragens para recuperar o fôlego. É tudo o que queremos.