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Quatro décadas após a estreia da trilogia original de Star Wars, o 8º capítulo da história chegou finalmente aos cinemas. Star Wars: The Last Jedi já era o evento cinematográfico do ano bem antes dos primeiros bilhetes serem vendidos. O negócio milionário da Disney justifica-se: milhões de fãs contaram os dias religiosamente, devoraram todos trailers, debateram teorias e compraram o merchandising, essa tentação marota do capitalismo emocional.
Revisitar o universo Star Wars é como voltar a casa depois de muitos meses de ausência, sentimento acompanhado de um carinho difícil de explicar.
Em Star Wars: The Force Awakens (2015) há uma certa sensação de justiça. Finalmente, a humanidade havia inventado a tecnologia que a visão de George Lucas merecia. Foi também um momento de redenção, depois do relativo desastre das prequelas (embora Liam Neeson tenha nascido para aquele papel), entretanto largamente superadas por Rogue One (2016).
Neste Star Wars: The Last Jedi, reencontramos as personagens que nos conquistaram nesta nova vida: Rey dá largos passos rumo ao seu destino num caminho de auto-descoberta conduzido pelo mentor solitário, Luke e Leia são estrelas brilhantes na galáxia que deixam um legado e não desesperam nem nos momentos mais difíceis, Poe Damerone e Finn são os destemidos rebeldes de que a galáxia precisa.
Serão estes os últimos Jedi? Não revelo, terás de ver o filme para saber.
É em Kylo Ren que encontramos o melhor desenvolvimento de personagem: continua o vilão assustador, herdeiro de Darth Vader (será que continuará assim por muito mais tempo?), mas agora um pouco mais requintado. Não irei revelar muito mais – comprometi-me a não incluir spoilers neste artigo, mas se quiseres podes espreitar a crítica alargada aqui -, mas percebemos finalmente de onde vem Kylo Ren, o momento exacto em que o chão lhe fugiu e se tornou um magnífico rosto do dark side of the force.
A rivalidade com General Hux intensifica-se, sendo que este está deliciosamente mais sanguinário. Estou em ânsias por um confronto decisivo entre ambos. No cinema, os mauzões são sempre muito mais interessantes.
Star Wars: The Last Jedi merece todo o hype. Os fãs da velha guarda vão delirar, os que se converteram mais recentemente também. É um filme para ver com o coração e deixar a imaginação à solta, não vale a pena racionalizar a experiência. O ritmo é alucinante, as lutas e os duelos são frenéticos, e ficamos com a sensação de que para cada personagem há um arquinimigo. No fundo, Star Wars é isto: é a permanente procura pelo ponto de equilíbrio, a constante luta entre o bem e o mal, entre as sombras e a luz.
E os momentos mais emotivos serão mesmo os protagonizados por Carrie Fisher, perfeita homenagem que o próprio filme presta a Leia, a eterna princesa que rasgou convenções, renegou o seu papel de monarca inerte e se juntou à luta em campo de batalha, e viveu uma história de amor pouco convencional. Para quem está deste lado da tela, foi ainda capaz de mostrar a milhões de miúdas que o sci-fi não é um clube exclusivo para rapazes. You know, no matter how much we fought, I always hated watching you leave.
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Filme visionado em pré-estreia no cinema Cineplace Nova Arcada (Braga)