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Ao longo dos anos, o único contacto com o universo dos comics que fui tendo, foi através dos super-heróis do cinema e dos desenhos-animados a que assistia ao final do dia ou ao sábado de manhã: Batman, Superman, Spiderman e X-Men. Recentamente, dezenas de personagens da Marvel e da DC Comics têm ganho nova vida, através de adaptações ao grande ecrã, em que os estúdios fazem o melhor uso da tecnologia disponível, dando carne e acumulando glórias aos super-heróis dos seus extensos e históricos catálogos de publicações.
Chris Pratt é o protagonista de Guardians Of The Galaxy, interpretando o aventureiro Peter Quill, aka Star-Lord. A personagem Peter Quill surge ainda em criança, quando imediatamente após morte da mãe é raptado por extra-terrestres. Em adulto, torna-se um fora-da-lei interestelar e é numa das suas missões que reúne a sua equipa de zeladores da galáxia: Gamora – papel da actriz Zoe Saldana; Drax – interpretado por Dave Bautista, um wrestler que caminha agora no cinema; Rocket – um guaxinim caçador de recompensas modificado geneticamente, que ganha voz através de Bradley Cooper; e Groot, uma árvore falante que parece saída do universo de J.R.R. Tolkien – cujas falas couberam a Vin Diesel.
O grupo junta-se de forma inusitada, cada um com o seu passado mas encontrando uma missão de vida partilhada: evitar o domínio do Universo pelas forças do vilão, um fanático. A clássica luta entre o bem e o mal, entre a luz e as sombras.
Um filme que deve ser visto no cinema, em que a fotografia é exímia, transporta-nos para um mundo futurista e distante do nosso – apesar de, feitas as contas entre a infância e a idade actual de Peter Quill, a narrativa ter lugar num tempo que nos é contemporâneo. O humor está sempre presente, aligeirando o clima de guerra e de destruição eminente, roçando por vezes a sátira aos filmes do género: são super-heróis e extraterrestres, não revelam a mínima aura de perfeição mas manifestam enorme coragem e compaixão, características frequentemente encontradas no espírito humano.
E depois há a banda sonora, que ouço enquanto escrevo este texto. Quando Peter Quill é levado da Terra em 1988, leva consigo aquele que viria a ser o seu bem mais precioso, um Sony Walkman com apenas uma cassete – a “Awesome Mix, Vol. 1”, com temas como “I’m Not In Love”, “Ain’t No Mountain High Enough” ou “I Want You Back” dos Jackson 5. Músicas feelgood clássicas que fazem parte do nosso imaginário colectivo e que nos lembram que Star-Lord é terráqueo, numa deliciosa cápsula do tempo perfeitamente adequada ao público de 2014, tendencialmente revivalista, com manifesto gosto pelas estéticas mais retro.