Antevisão NOS Alive: 8 concertos a não perder

por Arte-Factos em 4 Julho, 2017

O NOS Alive está prestes a começar. Como gosta de gabar a Everything Is New, são mais de cem artistas distribuídos por cinco palcos e um café. Sabemos como é difícil fazer escolhas, mas elas são inevitáveis. Na esperança de te ajudar a escolher (vulgo, convencer os teus amigos a ir ver o que tu queres) fizemos uma lista dos oito concertos que mais antecipamos. Porquê oito? Boa questão. Huh, porque o festival termina dia 8? Pode ser.

Ryan Adams (6 de Julho | Palco Heineken | 22h)

Já faz muito tempo que vi Ryan Adams ao vivo. Um concerto intimista na Aula Magna do qual me sobra o aviso à entrada a proibir filmagem e fotografia e qualquer coisa sobre evocações demoníacas. Quer-me parecer que desta feita Ryan Adams não terá grande escolha. Quanto ao reportório é difícil saber o que esperar, o artista tem facetas o suficiente para dar o tipo de concerto que quiser, incluindo metal. Sentimos que talvez deixe de parte temas como “Sweet Carolina” e “Come Pick Me Up”, mas, se houver “So Alive”, perdoamos.JA

Local Natives (7 de Julho | Palco Heineken | 23h20)

Estou não de forma muito subliminar a tentar incluir mais referências a videojogos nos artigos do Arte-Factos. À semelhança de José Gonzalez, a minha relação com Local Natives tornou-se séria com o jogo “Life Is Strange”. Não quero extrapolar experiências pessoais para o leitor, mas Local Natives é o que aconteceria se alguém  inventasse uma cura para a depressão e a transformasse em música. Espera-se um concerto contemplativo e de expiação interior. Ocasionalmente sexy,  mérito de algum R&B do álbum de 2016, Sunlit Youth. Portanto, solteiros e gente comprometida, podem partilhar este concerto.JA

©Pooneh Ghana

Royal Blood (6 de Julho | Palco Heineken | 00h)

Se os White Stripes fossem uma ex-namorada, os Royal Blood seriam a paixão seguinte  para mostrar ao mundo que seguimos em frente. Ainda temos boas memórias da primeira relação, até a ocasional saudade, mas não nos ocorre pedir que voltasse a ser tudo como dantes. Sim, não há uma guitarra desenfreada, mas há um baixo que nos dá alento e com o qual podemos contar.

E esta comparação já cumpriu o seu curso. Até porque é injusta para com os Royal Blood que conquistaram para si o seu próprio espaço sem pedir nada a ninguém. São roque e role pesadíssimo e avassalador. Não sabemos como é ser-se atropelado por um camião, mas imaginamos que vamos descobrir.JA

Cage The Elephant (8 de Julho | Palco Heineken | 23h40)

Parafraseando a banda, perante os meus olhos espero ver o mundo inteiro perder o controlo. Sabem que mais? O que eu na verdade espero é que apareça uma segunda bateria em palco e aquele gajo que era dos Nirvana entre num duelo de percussão com o Jared Champion e o mundo seja um lugar melhor. Mas isto é fan fiction a mais. Realisticamente, só o fim do mundo é possível.

Os Cage The Elephant têm tudo para dar o melhor concerto do último dia do festival. Se Matthew fizer os seus exercícios de respiração e não andar um concerto inteiro ofegante, nem sequer pomos em questão que o palco principal virá abaixo.

É no Palco Heineken? Vai ‘pa trinta cornos. A sério?JA

You Can’t Win, Charlie Brown (6 de Julho | Palco NOS | 18h)

Já perdemos a conta às vezes que vimos os You Can’t Win, Charlie Brown ao vivo, mas, em abono da verdade, todas valeram a pena. Do palco do extinto Cabaret Maxime ao próprio NOS Alive, desde o início que a banda se reinventa e, portanto, sabe como manter as coisas interessantes.

No início deste ano apresentaram o excelente Marrow no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém (recordem a reportagem aqui), e partimos do princípio que será igualmente essa a base do espectáculo que os faz subir no primeiro dia de festival ao Palco NOS. Seja como for, fica a certeza que estaremos todos em boa companhia.HR

The Kills (7 de Julho | Palco NOS | 22h05)

A relativamente recente lição de rock que recebemos de Alison “VV” Mosshart e de Jamie “Hotel” Hince no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, ainda nos ecoa nos ouvidos, mas estamos já a preparar a próxima aula.

Aliás, melhor do que inventar novas razões para não perderem este concerto, podemos até recordar o que escrevemos por essa altura sobre a dupla, pois seguramente veremos este tipo de competência de novo: “Ao vivo são o que se quer, coesos, irrepreensíveis mas ainda assim genuínos e sem máscaras”.HR

Filho da Mãe (8 de Julho | Palco Coreto By Arruada | 19h45)

Um dos virtuosos da guitarra vai estar pelo Palco Coreto no último dia de NOS Alive e a passagem por lá torna-se imperativa. Um concerto de Filho da Mãe é uma daquelas experiências únicas em que somos levados a viajar pelo universo do músico e resta saber como isso funcionará no festival de Algés, com tanto alarido à volta.

É também pena que Filho da Mãe não saiba desenhar barcos, mas confessamos que isso também não é o nosso forte e, de qualquer forma, não se pode ser bom a tudo.HR

Foo Fighters (7 de Julho | Palco NOS | 00h)

Há coisas que nunca vou entender: pessoas que usam crocs e os Foo Fighters nunca terem vindo a Portugal em nome próprio. Mas a vida é feita de compromissos e um concerto de Foo Fighters é sempre um concerto de Foo Fighters e isso nunca desaponta. Por esta altura, Dave Grohl e companhia são umas das mais importantes instituições do rock americano (olá, Pearl Jam) e continuam a tentar fazer diferente, ainda que com resultados tremidos. Não é, Sonic Highways?

Há algo que tem que ser dito sobre os Foo Fighters em 2017. Para uma banda que fez do melhor rock fm dos anos noventa e 00, estes jovens de Seattle já não são particularmente bons nisso. Eu diria que algures em Echoes, Silence, Patience & Grace dispararam esses últimos cartuchos. Veja-se a progressão “Learn to Fly”, “Long Road To Ruin”, “Walk” e “In the Clear”(?), canções que cumprem o mesmo papel temático; a tendência é serem cada vez menos memoráveis. O que os Foo Fighters são hoje é uma banda metal presa num formato pop-rock, e quando deixam sair os metaleiros interiores são a sua melhor versão. Ao vivo esperamos que abracem esse lado. Queremos mais “White Limo” e menos do que o que quer que tenha sido a “I Am a River”. Ou, Deus nos livre, a “Wheels”.

Os Foo Fighters são a minha banda favorita. É pedir muito que a minha banda favorita dê o melhor concerto de sempre?  Quero muito perder a voz na “Best Of You” e andar uma semana a cuspir sangue. Outra vez.JA

 

O NOS Alive regressa ao Passeio Marítimo de Algés entre os dias 6 e 8 de Julho e encontra-se já completamente esgotado. Podem consultar todo o cartaz e respectivos horários aqui.

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Arte-Factos

A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)

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