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A poucas horas da 89ª cerimónia de entrega dos Óscares da Academia, as únicas certezas que temos são o glamour da passadeira vermelha, Jimmy Kimmel pela primeira vez aos comandos e os discursos anti-Trump. De resto, tudo pode acontecer – façam as vossas apostas. Para ajudar, aqui deixamos, como habitualmente, os favoritos da equipa do Arte-Factos:
MELHOR FILME – La La Land
La La Land tem arrebatado praticamente todos os prémios que lhe estão destinados. Talvez por isso, a equipa foi unânime em nomear o filme de Damien Chazelle como o preferido na corrida para melhor filme. No entanto, num ano politicamente tão conturbado nos Estados Unidos onde imperam as vozes de contestação, não será de estranhar que a estatueta dourada fuja para as mãos de Moonlight. Os meios artísticos têm sido das vozes mais fortes contra Donald Trump, por isso a expectativa está em descobrir o que irá a Academia fazer. A juntar-se a esta corrente de incerteza no futuro, está a polémica “Oscars So White” que tanta tinta fez correr o ano passado. Cláudia Filipe
MELHOR REALIZADOR – Damien Chazelle (La La Land)
É muito difícil não ver a categoria de melhor realizador com outros desfecho que não seja a vitória de Damien Chazelle. Foi o vencedor do DGA, tem o filme mais nomeado e há uma certa sensação no ar de que fez qualquer coisa de só quem é picuinhas consegue falar mal. Existe portanto respeito, amor pelo filme e aquela noção de inevitabilidade de que sim, Chazelle vencerá dê por onde der. Para completar o ramalhete, a restante categoria está preenchida três nomes nomeados pela primeira vez (Villeneuve, Jenkins, Lonnergan) e um senhor que está por aqui como surpresa: quem é que, há um ano, arriscaria apontar Mel Gibson como presença nos Óscares? Seria certamente tratado como paladino de verdades alternativas. Jenkins consegue a proeza de realizar uma obra que nem parece ter o magro orçamento que tem, um filme sensível e derruba alguns tabus, e Villeneuve tem, talvez, um dos melhores filmes de ficção científica dos últimos anos, uma obra inteligente que todos admiram. Mas é mais fácil mover as pessoas com uma canção e um pezinho de dança; para além disso, que todos sejam sinceros: La La Land é um bom filme e Chazelle o derradeiro responsável. s Óscar é seu. Bruno Ricardo
MELHOR ACTOR – Casey Affleck (Manchester by the Sea)
Este ano parece não haver dúvidas, a interpretação de Casey Affleck em Manchester by the Sea vai mesmo merecer-lhe a estatueta dourada. Uma prestação poderosa que nos faz esquecer o actor e apenas ver a personagem. Sentimos o peso do passado, a tortura do presente e o desespero de não conseguir lidar com um futuro. A luta constante entre dois homens confinados ao mesmo corpo, num malabarismo de emoções subliminarmente sublime. José Santiago
MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO – Michael Shannon (Nocturnal Animals)
Quem acusa Michael Shannon de interpretar sempre a mesma personagem ignora as nuances de um dos mais idiossincráticos actores norte-americanos. Umas vezes do lado certo da lei (Boardwalk Empire) e noutras do lado errado (antológico Richard Kuklinski em The Iceman), é, indiscutivelmente, um dos strong, silent types actuais – a sua abordagem, olhar e maxilar dizem-no. Em Nocturnal Animals vemo-lo como homem da lei numa obra fictícia dentro de outra, sendo forte pelos outros, pelo meio de cadáveres. Prestes a tornar-se um, prossegue estóico por justiça até sair de cena. Shannon foi já nomeado nesta categoria, está na altura de levar o caneco, cara Academia. José Raposo
MELHOR ACTRIZ – Isabelle Huppert (Elle)
É pouco provável que Emma Stone vença este Óscar, não por falta de talento ou de esforço na sua prestação em La La Land, mas tendo em conta a complexidade acrescida dos papéis desempenhados pelas colegas de categoria. Poderia voltar a ser o ano de Meryl Streep ou Natalie Portman (ambos os desempenhos dispensam elogios), não estivesse a francesa Isabelle Huppert na lista de nomeadas. A sua interpretação em Elle (no regresso do cineasta holandês Paul Verhoeven) não deixa de ser uma variação da interpretação da mulher fria e sexualmente pervertida que é seu apanágio, mas a sua composição é inquietante e excepcional. Não seria a primeira actriz francesa a ganhar o Óscar, mas se acontecer, Huppert vence preconceitos, já que os papéis que costuma desempenhar não se enquadram propriamente nos modelos da Academia. O Óscar simbolizaria também um prémio de carreira e uma homenagem de Hollywood para uma atriz que, aos de 63 anos, continua a assumir-se como uma das mais interessantes e arrojadas intérpretes mundiais. Edite Queiroz
MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA – Viola Davis (Fences)
Esta é uma das categorias mais disputadas deste ano, mas ao contrário das outras concorrentes mais fortes (Naomi Harris e Michelle Williams), vamos apostar numa actriz com maior presença no filme em questão, traduzindo-se numa maior consistência quase matemática. Viola Davis pode ser a galardoada deste ano por um papel que já vive com ela há mais tempo que o filme existe. Em Fences assistimos a uma interpretação bem amadurecida e tão estudada que já se torna numa extensão natural das palavras escritas para a peça teatral. A força de cada palavra é acompanhada de uma intensão visceral que balança de forma orgânica com Denzel Washington, transformando a escala do filme, que aparenta ser contido mas que cresce em dimensão com as personagens. José Santiago
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)