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Faz já algum tempo desde que os Benighted entraram no actual milénio com a podridão do auto-intitulado de estreia e longe vão os traços de black metal que esse registo ainda pudesse trazer, fazendo com que a banda esteja longe de ser aqueles novatos a manter debaixo de olho.
Passados todos estes anos, os franceses mantiveram uma agradável assiduidade nos seus lançamentos e com “Necrobreed”, o seu oitavo disco, voltam a estabelecer-se como uma das maiores e mais perigosas entidades do brutal death/deathgrind.
Neste mais recente disco os Benighted continuam a lançar dos mais aterradores e perturbadores filmes de terror, com a violência das faixas a ser complementada por um ambiente mórbido, samples a condizer nas introduções das faixas e as habituais vocalizações pouco humanas de Julien Truchan, agora único membro original da formação. E como se isso não fosse suficiente para causar pesadelos, há ainda o conceito por trás de “Necrobreed”: o ponto de vista de um esquizofrénico que coze animais ao seu abdómen para reproduzir e formar a sua “família” de bestas e aberrações. É aquela típica fábula de encantar que se conta às crianças antes de irem dormir.
Seja como for, este é um passo em frente em relação ao mais estagnado e polido “Carnivore Sublime”, fazendo sobressair o que de melhor os Benighted são com as suas habituais estruturas caóticas, os blasts exaustivos e riffs de partir até o mais preparado dos pescoços. Não havendo propriamente nenhum elo mais fraco em toda a constituição dos franceses, há a destacar o trabalho do vocalista Truchan, que aproveita o conceito bestial e monstruoso da sua música para exibir os dotes vocais que o tornam num dos vocalistas mais versáteis deste género e com um dos melhores pig squeals no ramo – ora vão lá tentar imitar as guinadas longas que ele manda perto dos inícios da “Forgive Me Father” ou da “Cum with Disgust”.
Mas “Necrobreed” não vive só das habituais estruturas lunáticas e algum exibicionismo vocal por parte de Julien Truchan, há também espaço para se quiserem recorrer a melodias bizarras e ter alguns temas a ecoar na cabeça: seja com “Monsters Make Monsters”, os surpreendentes gang vocals de “Psychosilencer” ou “Mass Grave” e até “Necrobreed”, faixa homónima onde dá vontade de reproduzir o refrão simples, feito à volta do próprio título.
Independentemente de tudo, este disco é um petardo daqueles que este género violento precisa e os Benighted parecem vir em missão, como se alguém tivesse encomendado uma descarga destas com urgência. Não é para meninos. E ainda bem.