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Já muito buzz tinham causado a nível regional e sempre a espalhar um cheirinho um pouco pelo país fora. Que esta malta jovem Sanjoanense tinha jeito para a melodia já se sabia, mas aguardava-se o passo seguinte e com muita expectativa: a materialização do seu trabalho numa obra palpável e concreta que facilite um pouco mais o passar de palavra.
Com dois aninhos desde a formação, uns quantos concertos no currículo e sempre com novos fãs a render-se, mal deixam entrar o Verão para o celebrar com o lançamento desta modesta mas bem aperaltada maqueta composta por seis simples mas viciantes temas. Mantendo o seu descontraído sentido de humor e a sua honesta originalidade, intitularam o trabalho “This Demo Needs a Name” e preenchem-no com uns meros 22 minutos que colam à primeira e que deixam um pequeno beicinho por mais.
Já a partir desta introdução dá a entender que este grupo mostra assim umas interessantes mas boas contradições no seu perfil: dão-se a conhecer com a maior das humildades mas não escondem a ambição; estes seis temas são bastante simples mas a partir dessa mesma simplicidade é que se tornam tão complexos. Com este esqueleto, já há algo que dê para os manter debaixo de olho, o que o completa é uma mera audição – sim, basta uma, porque como já foi dito, isto cola à primeira. As consequentes audições repetidas são por querer mais e não para tentar que entranhe.
Apresenta-se como um conjunto de canções já conhecidas pela mais próxima e dedicada base de fãs do grupo e cujo principal foco acaba por ser a voz da vocalista Beatriz Correia e consequentes melodias. Mas não se pode retirar qualquer mérito aos trabalhos dos tão indispensáveis membros restantes, pois é em todo o conjunto que se encontra a aventura da rotulação: na base, estes marinheiros gostam de navegar para mares Ingleses, sempre a acenar ao indie rock Britânico de melodias dóceis, mas também com alguma ocasional queda para o folk mais Americano. No meio disto, o pop também não é tratado como um vírus, este entranha-se para fazer coisas boas e para adocicar ainda mais as partes contagiantes. E isto tudo abordado com a maior das honestidades, o que só torna este EP genuíno e autêntico, negando qualquer arranjo e floreado desnecessário que o tornasse estéril e despersonalizado.
São versáteis nas emoções que transmitem e tanto vestem um colete alegre como se sentem confortáveis a trabalhar com melancolia – “Matea” leva a taça para casa neste espectro e tem razões para isso – e fazem-no de forma estupendamente natural. Os temas fluem naturalmente na sua ordem e “How Did You Find Your Way” tinha a pesada responsabilidade da primeira impressão e cumpre-o com sucesso. Se por ventura se duvidasse da capacidade desta malta em escrever as tais melodias pegajosas que já devo mencionar pela enésima vez, “Jane Who Lives Next Door” já deve servir para convencer alguns mais cépticos. “Carmen” fecha o curto disco numa nota alta e com um propósito definido: não dá espaço para dúvidas acerca da capacidade do grupo em escrever canções e abre a frincha de uma porta para experimentalismos mais vincados no futuro.
É uma sessão agradável e um método para melhorar a experiência é vendo-os ao vivo. Por aqui fica uma estreia sólida e com uma honestidade bruta que dá gosto – algum crédito extra para a produção nessa parte. Pode ainda nem ser a explosão de uma banda, porque essas coisas dão uma trabalheira exaustiva, mas já se devia considerar um alerta bem forte. Banda a manter no radar da malta alternativa. Que todas as bandas começassem assim…