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A segunda edição do MAGAFEST está aí à porta (5 de Setembro, caso ainda não tenham marcado na agenda) e à semelhança da sua primeira vida irá ocupar a Casa Independente, em Lisboa, com muita música nacional. Sendo uma celebração das MagaSessions, sessões musicais que acontecem na casa de Inês Magalhães desde 2012, fomos perceber qual é o balanço destes três anos de concertos e como foi alargar um bocado mais o conceito sem perder a sua identidade tão própria.
Para quem ainda não está muito familiarizado com o projecto, como é que surge a ideia das MagaSessions?
As MagaSessions começaram em 2012, com um concerto de Coreto (Simão Palmeirim e João Marques). Tenho muitos amigos músicos, como o Norberto Lobo e Garcia da Selva (Manuel Mesquita) que conheço há 20 anos e que vão estar no MAGAFEST, e outros que na altura acontecia e acontece estarem muito lá por casa em serões musicais que nunca ou raramente ficaram registados e que acabavam por ser momentos extraordinários.
Em 2012 foi quando se começou realmente a sentir a crise em que estávamos a entrar, e no mundo das artes de uma forma ainda mais grave por várias razões. Trabalho também como designer gráfica freelancer e estava complicado fazer que programa fosse fora de casa. Sair para ir ver concertos era impossível, não havia dinheiro; como os Coreto nunca tinham dado um concerto, achei que as suas músicas deviam ser ouvidas, como hoje em dia continua a acontecer a cada concerto que proponho, organizei então a primeira MagaSession. Durante os dois primeiros anos cada um dava o que queria e podia, sem constrangimentos assim começou um espaço onde todos podíamos ir ver concertos.
Todos os concertos desde do inicio foram gravados, filmados e fotografados, o que também dava aos artistas a possibilidade de ficarem com um registo seu com qualidade (o que ajudava bastante na sua promoção, principalmente músicos que estão a dar os seus primeiros concertos) começando assim o arquivo MAGA, que podem ver e ouvir na plataforma VIMEO das MagaSessions.
Quando é que decidiste que isso iria ou poderia evoluir para um festival? Após as várias sessões foi algo que pareceu natural acontecer?
Foi no segundo ano de existência das MagaSessions que comecei a ter concertos onde vinham 80 pessoas e mais 100 a quererem entrar, mas como infelizmente não é possível, comecei a pensar numa alternativa que me permitisse continuar com as MagaSessions no mesmo formato mas que pudesse ir mais gente. Tinha criado em conjunto com os músicos um espaço que obviamente faltava a muita gente. Nasceu assim o MAGAFEST que não começou como Festival mas sim de sessões que começaram com 15 pessoas amigas a mostrarem a sua música e que aos poucos foi crescendo.
Olhando para trás, quando idealizaste o projecto, alguma vez pensaste que três anos depois terias várias dezenas de concertos organizados e estarias prestes a coleccionar a segunda edição de um festival? Que balanço fazes deste tempo?
O projecto começou de forma inconsequente, com um concerto de amigos para amigos, e naturalmente foi crescendo e percebendo a sua necessidade e vontade de existir, tanto pelos músicos como pelo público. Tem sido louco ao longo de três anos, todos os meses ter gente a vadear pela casa e ao mesmo tempo assustadoramente mágico os concertos sublimes e únicos que acontecem.
Preocupou-te de alguma forma que ao transpor este conceito para um espaço mais alargado aquele carácter mais intimista que caracteriza o projecto se pudesse perder um pouco?
Claro, foi dos critérios mais importantes quando pensei em fazer o MAGAFEST. O espaço faz parte da peça que criei para este dia.
Nesse sentido a Casa Independente, um espaço bem acolhedor, acabou por ser uma solução meio óbvia para acolher o MagaFest?
A Casa Independente por várias razões acolheu a primeira edição e vai acolher a segunda, não só pelo espaço como também a linha musical que seguem, a Inês Valdez e a Patrícia Craveiro são duas pessoas que partilham da mesma visão e que me apoiaram desde o primeiro momento para que este dia acontecesse. A intenção não é ligar o MAGAFEST à Casa Independente, o festival está a crescer e pode ser que para o ano aconteça noutro espaço, igualmente livre como a Casa Independente.
Como é que decorreu a escolha das bandas para o cartaz desta segunda edição do evento? Tens algum critério específico quando começas a pensar em quem podes convidar e na posterior organização dos vários nomes?
Para mim foi natural o cartaz deste ano, o critério ou a linha musical que sigo é tentar reunir músicos que marcam uma Era na música portuguesa, mais do que género musical, até porque é bastante eclético, há a necessidade de trazer uma experiência para quem vai ao MAGAFEST ou às MagaSessions. Artistas que são um marco na música e que, efectivamente, nos podem trazer algo de novo, transtornar-nos e alterando-nos interiormente levando-nos numa viagem em que só sabemos da sua existência quando chegamos e apercebemo-nos que acabámos de assistir a algo novo e genial.
Houve algum artista ou banda que gostasses muito de ver nesta edição e não tenha sido possível por algum motivo?
É surpreendente mas felizmente não! Ao longo do ano com as MagaSessions os artistas vão vendo que há uma entrega genuína da minha parte para com os músicos e público, fazendo acontecer momentos da maior sinceridade, acolhendo novos projectos e músicos consagrados, criando uma experiência musical única, que não passa só pelo concerto mas desde do momento em que entram na Casa, e talvez por isso haja um entendimento e vontade que estejamos todos no MAGAFEST.
Depois do sucesso que foi a primeira edição que expectativas há para esta segunda? Houve alguma coisa que não te tivesse agradado tanto na primeira experiência e que tenhas que rectificar agora ou acabou por correr tudo bem?
Acabou por correr tudo bem, a equipa que escolhi, os músicos e a Casa Independente fizeram com que tudo acontecesse dessa forma. Claro que na produção há sempre coisas que se pode melhorar, foi o meu primeiro festival e como para tudo é preciso calo, este ano já foi bem mais suave de organizar. Além de ter criado este projecto fui autora de todo o design, vídeo, produção e curadoria, é claro que é megalómano e este ano como é o segundo ficou mais fácil de gerir os tempos e metas a que te propões. Felizmente na promoção tenho a meu lado a Raquel Lains, que mais que promotora é a minha companheira ‘de armas’.
Que mensagem deixas aos que ainda estão indecisos em marcar presença no MagaFest?
Faltar é perder! Dia 5 de Setembro espero-vos na Casa Independente! Prometo que sairão transtornados e diferentes da melhor maneira possível.
Multi-tasker no Arte-Factos. Ex-Director de Informação no Offbeatz e Ex-Spammer na Nervos. Disse coisas e passou música no programa Contrabando da Rádio Zero. (Ver mais artigos)