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O ponto-de-partida de Jeunesse é uma pequena história de Joseph Conrad, o relato da primeira aventura marítima de um jovem de 20 anos. Um conto transformado numa longa-metragem, sem grande argumento para a sustentar.
A rota é diferente. No livro, seguimos do Reino Unido para o Oriente. Aqui, vamos de França para Angola com uma escala forçada em Portugal. Aliás, esta é uma co-produção luso-francesa e conta com dois actores portugueses: Miguel Borges e António Simão. E acompanhamos, ao longo desta travessia, a entrada na vida adulta do jovem Zico.
Zico é um aventureiro. Deseja ardentemente ir para o mar, com o sonho idílico de enriquecer em Angola, não fazendo ideia do que o espera. E todo o filme é passado neste trajecto e na interacção com o comandante, o capataz e dois funcionários do barco. Primeiro, um emigrante africano e um asiático. Depois, dois portugueses.
O problema maior de Jeunesse é que nenhuma das personagens secundárias tem particular espessura dramática. As cenas a bordo sucedem-se sem grande fio condutor ou estímulo narrativo. Resta Zico, ou Kevin Anais, e ele é, de facto, o melhor do filme. Tinha dado nas vistas em Os Combatentes, outro filme sobre as dúvidas da juventude e a transição para a vida adulta, e confirma aqui ser uma revelação do cinema francês contemporâneo.
No fundo, o filme de Salmani (primeiro filme de ficção do realizador) poderia ter sido uma curta interessante, sobre a irreverência da juventude e o choque de frente com os perigos e a imensidão do mar. Transformado numa longa, não há aqui nada de particularmente errado, mas também nada de muito estimulante.