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O quarto aniversário do Sabotage Club está aí à porta e, fomos por isso, descobrir um pouco mais da sua história: desde como tudo começou até ao que a sala alfacinha representa agora para a cidade. E já sabem, são quatro os dias de festa, por isso preparem-se!
Olá, desde já parabéns pelo quarto aniversário! Olhando um bocadinho para trás, podem-nos contar como tudo começou e como é que foi a transição de distribuidora para aquilo que é hoje o Sabotage?
Em 2009, a Sabotage Distribuidora completava 10 anos mas o futuro do mercado discográfico, nomeadamente das editoras independentes era negro. O fenómeno do mp3 e do streaming tornava os suportes físicos obsoletos e foi aí que decidimos centrar-nos onde a ação decorre, nos espetáculos ao vivo.
O que era um sonho acabou por tornar-se em oportunidade devido às conjeturas da altura no mercado discográfico. Foi esse o empurrão final para a abertura do club e acham que o timing acabou por ser bom?
O timing não foi perfeito mas foi o possível dado que as coisas em Portugal são muito burocráticas e demoram muito tempo.
Imagino que todo o background na música e na descoberta de bandas tenha ajudado numa fase inicial a encontrarem a direcção pretendida. Como é que tem sido gerir toda uma agenda regular e que principais desafios encontraram e encontram neste aspecto?
Foi um recomeçar do zero. Tivemos que, aos poucos, ir reconstruindo a nossa identidade pois reencontrámos um universo de bandas completamente diferente.
Temos uma equipa de programadores que busca as melhores propostas para apresentar no Sabotage Club, que promove o aparecimento e desenvolvimento de novos eventos a apresentar.
Todos nós gostamos muito de música e, por essa razão, o nível de exigência das propostas por nós agendadas tem por base o nosso background, importante para a melhoria constante da nossa programação. Ter uma identidade como o Sabotage não é tarefa fácil, nomeadamente, garantir a melhor programação, manter uma agenda semanal e regular de eventos e, ao mesmo tempo, criar noites únicas.
É uma atividade intensa, programar semanalmente, garantir sound checks, montar e desmontar palcos. Tentar montar a melhor agenda e garantir as melhores condições para os músicos e para o público é uma tarefa gigante. Mas, de fato, isso só é possível porque o que nos move é verdadeiramente a música e, com muito empenho de todos e algumas dificuldades, vamos construindo noites únicas no Sabotage.
São já perto de 500 concertos em quatro anos. Entre bandas emergentes e outras já consagradas, foram muitos os projectos a pisarem o palco do Sabotage. Que balanço fazem destes anos de existência?
O balanço é positivo! O Sabotage Club já consegue ser uma sala de referência em Lisboa e para muitos músicos ponto de passagem obrigatório. A sua programação conta já com a presença de inúmeras bandas internacionais e diversas festas que desenvolvem áreas mais específicas do Rock n’Roll, sempre com uma seleção cuidada de DJS, como é o caso da “Kaleidoscope”, da “Chills and Fever”, da “Cool Trash Club” e das mais recentes Rock and Roll Suicide e Press Play que já contam com algumas edições e têm tido uma crescente adesão do público.
É um prazer receber imensos músicos, artistas, DJS, fotógrafos, jornalistas, amantes de música, malta para quem a música tem um papel especial na vida. Foi para isso que foi pensado o Sabotage Club, para ser um espaço que promove o intercâmbio cultural entre músicos nacionais e estrangeiros e o público em geral. O Sabotage já consegue ser esse espaço em Lisboa e são cada vez mais os estrangeiros que nos visitam e regressam e os portugueses que nunca de lá saem.
Têm alguma “baleia branca” no vosso currículo, aquela banda que sempre quiseram trazer e nunca foi possível?
Sim, gostávamos muito de poder ter os DEAD COMBO no Sabotage Club. Gostamos muito do trabalho deles mas não estão no nosso campeonato e dificilmente irá acontecer devido à dimensão da banda. É quase tão difícil como conseguir trazer o Bob Dylan ao Pavilhão Atlântico que seria pequeno.
Como é que vêem a questão da Lei do Ruído e de recentemente se ter falado num projeto piloto para a instalação de sensores na zona do Bairro Alto, e posteriormente alargar ao Cais do Sodré e Santos, caso corra bem? Acham que isso poderá prejudicar o negócio das salas de espetáculos?
A questão da música ao vivo é muito pertinente neste aspeto porque é extremamente complicado limitar como se fosse um disco gravado. Um concerto depende muito da adesão do público e da prestação da banda, a música ao vivo vive de emoções quer do público quer das próprias bandas.
Prejudicar o negócio das salas de espetáculo seria prejudicar aqueles que mais tentam fazer por dinamizar a oferta cultural da cidade. Penso que espaços como o Sabotage Club ou o Musicbox são uma grande mais-valia para o desenvolvimento cultural e turístico.
E são salas que funcionam no seu interior, não criam ajuntamentos de pessoas a beber à porta só porque a cerveja é mais barata.
Os turistas que visitam a cidade não vêm apenas para dormir e passear, procuram diversão e experiências, e são espaços assim que têm que existir para garantir uma oferta cultural regular na cidade de Lisboa, por isso espero que não prejudiquem as salas de espetáculo pois seria uma grande perda para todos.
Culturalmente estamos habituados a que os concertos comecem tarde. Poderia ser também um primeiro passo para começar a mudar essa mentalidade, como já acontece no Reino Unido, por exemplo?
Essa questão é terrível pois o público habituou-se aos concertos começarem tarde, ou seja, a esperarmos por eles. Temos estado a começar os concertos mais cedo principalmente durante a semana, ao fim de semana por hábito as pessoas vão chegando, mas temos feito um esforço para iniciar os concertos à hora agendada, habitualmente 30 minutos após a abertura de portas.
Podem falar-nos um pouco das celebrações deste quarto aniversário? O que é que o público pode esperar destes quatro dias de festa?
Vamos ter uma série de concertos e DJ SETs de muitos dos Djs que ao longo de todo ano animam as noites no Sabotage club. Vão ser quatro noites de festa para celebrar o nosso quarto aniversário.
A primeira noite 27/04 arranca com o concerto dos CAPITÃO FANTASMA, um reencontro com Jorge Bruto por muitos esperado, seguido dos DJS Serotonin e Nuno Rabino.
O dia 28/04 é dedicado a novas bandas nacionais cujos trabalhos se destacam pela sua qualidade e criatividade. São eles ALEK REIN, MEMÓRIA DE PEIXE e CAVE STORY. Após os concertos a festa continua com os DJS Mário Lopes, António Manuel e Nuno Rabino.
Dia 29/04 o Sabotage Club recebe TAV FALCO PHANTER BURNS, artista norte americano, músico, fotógrafo, realizador e performer, pioneiro da cena psychobilly junto com nomes como The Cramps, trabalhou com nomes como Alex Chilton, Charlie Feathers, etc. A noite prossegue com os DJS A Boy Named Sue, Johnny Chase e Nuno Rabino.
E no dia 30/04 temos Repórter Estrábico, um regresso aos palcos passados 12 anos e com temas novos para apresentar. Vamos ver o que nos vêm reportar desta vez. Na primeira parte atuam os SACAPELÁSTICA. Nesta noite os DJS são Tiago Castro, Dr Feelgood e Nuno Rabino.
Multi-tasker no Arte-Factos. Ex-Director de Informação no Offbeatz e Ex-Spammer na Nervos. Disse coisas e passou música no programa Contrabando da Rádio Zero. (Ver mais artigos)