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Os In This Moment são um exemplo de uma banda que tinha reunidas muitas condições para que dessem para o torto. A inserção num género que já torce narizes enquanto liderados por uma cara bonita já os pode tornar duvidosos. Logo em seguida, dá-se uma escorregadela comercial como cedência à pressão de editora. E agora mais recentemente ainda perdem membros.
Mas mesmo com tudo isso, a banda parece ter tido sempre capacidade para cair em pé. Maria Brink pode ser uma líder vistosa, mas não é por isso que deixa de ter talento, demonstrando uma boa capacidade vocal e uma impressionante harmonia entre uns gritos de pulmão cheio e um cantar limpo mais dócil e sedutor. Apesar de terem resvalado num polarizador “The Dream”, que levava a pressão que todos os segundos álbuns têm, compensam e recompensam com um “A Star-Crossed Wasteland” que muitos fãs consideram um mimo e aquele que é “o” álbum de In This Moment. Quanto à saída dos membros… Parece ter passado pela banda como uma brisa – os originais que restam mais os novos que entraram arregaçaram as mangas e retomou-se o trabalho para acrescentar este “Blood” ao currículo discográfico.
O que se nota neste disco em si, de imediato, é o facto de que a banda não gosta de se fechar numa caixa e trabalhar numa zona de conforto, nem se deixam ficar de braços e pernas atadas. Trabalham com o intuito de fazer discos diferentes, mantendo um fio condutor permanente para que se saiba que banda é que se está a ouvir, mas também qual álbum em concreto. Já passaram pelo Metalcore, por um Pop Rock apimentado e por um registo de Metal moderno bem forte e sólido. Em “Blood” vêm os experimentalismos e dão-se ênfases a sectores ambientais e a arranjos electrónicos e industriais.
Ainda mantêm a base simples de criar malhas fortes ora orientadas por um riff poderoso, ora orientadas por um refrão orelhudo. Mas neste registo também se completam com passagens electrónicas que auxiliam para o modernismo do som. Por acaso tal não se chega a tornar incomodativo, já que a banda não parece muito desesperada para que o mainstream os abrace. O que pode realmente pecar para alguns puristas é o facto de se tratar de um disco tão polido e arranjado, que pode ser visto em excesso. Se não estiverem assim tão virados para procurar algo bom por entre estes temas, irão soar estéreis.
Mas se tal não vos causar sarna, há muita coisa atractiva por aqui: poderosos temas de peso como os directos “Blood” e “Adrenalize” que escancaram os portões de entrada do disco com violência; suaves números mais virados para massajar o ouvido como “Whore” ou “Scarlet” sem se esquecer que a banda ainda se encontra no campo semântico “metálico”; “From the Ashes”, que deve ser dos números mais pop desde os tempos de “The Dream”; berraria de pegar em alguém pela gola e gritar-lhe à cara como em “You’re Gonna’ Listen” ou mais ligeiro em “Comanche”; a experiência mais impressionante que é “11:11” cuja estrutura “a capella” tanto poderá encantar uns como aborrecer outros tantos; e refrães pegajosos para toda a família.
Soa a In This Moment e tem o impulso de In This Moment, porém poderá faltar alguma agressividade que se esperaria, ainda para mais com temas como “Blood” e “Adrenalize” a abrir com tanta força. Pode pecar também por apresentar canções com solidez mas talvez não com poder suficiente para impedir que o tema-chefe e que mais se destaque no álbum seja o single “Blood”.
Resuma-se dizendo que os In This Moment sucederam em fazer um bom álbum, mas não em superar-se em relação ao anterior. O que não deixa espaço para dúvidas é que a banda liderada pela bela Maria Brinks já provou ser inteligente para saber como dar a volta por cima no que diz respeito aos problemas, e mesmo com altos e baixos conseguem manter-se de pé e com uma respeitável e suficiente relevância.