Inside Visions

Silent Meanings
2012 | Edição Autor | Rock

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Post-punk e rock alternativo. O fruto de uma concepção bem-sucedida entre os Joy Division e os Editors, com um auxílio na sua chegada ao mundo pelos Interpol. É assim que nos surge Silent Meanings, o primeiro trabalho oficial dos Inside Visions, lançado no passado mês de Julho.

Depois das primeiras demos de originais trazidas ao público no ano passado, o quinteto formado em 2010 e originário do Porto, composto por Gui Rodríguez (voz), Ricardo Arnaldo (guitarra), Pedro Pires (baixo), Jóni Oliveira (bateria) e Nuno Moreira (sintetizador), presenteia-nos com um álbum de dez faixas submerso na irreverência jovial do rock e no negrume do revivalismo do post-punk.

Carregado sobretudo de influências do antigo grupo de Manchester, Silent Meanings é um álbum coeso e diversificado, onde a voz de Gui parece suficientemente característica para nos trazer à memória a nostalgia dos vocais ensimesmados de Ian Curtis ou de Tom Smith, o homem forte dos Editors.

“Overtime”, a terceira faixa do disco, é quase uma ode moderna à célebre Love Will Tear Us Apart, com uma bateria introdutória claramente inspirada no grande hino da banda inglesa. Juntamente com “Pulse”, a faixa de abertura que abre perfeitamente a disposição para o restante álbum, “Krisis” e “Still”, pequenas jóias post-punk com linhas de baixo muito particulares, estas integram o ângulo mais obscuro e comedido deste trabalho.

Mas também de bons temas indie rock se faz este álbum, como “Time For a Kill” ou “Modern Crimes”, onde se escutam algumas reminiscências dos jovens britânicos S.C.U.M. Por outro lado, convidando a um abanar de pescoço e ombros, estão os temas mais soltos e energéticos. É o caso de “Black and Gold”, uma das canções fortes deste álbum, “Upside of Treason”, “No Order”, com a sua aura punk, ou “Great Expectations”, com um dos refrões mais electrizantes, que facilmente se entranha e manifesta em balbucios na tentativa de o acompanhar.

Desde a voz lúgubre, à jovialidade instrumental na medida certa, este é um álbum fácil de se ouvir e que representa uma lufada de ar fresco com muito potencial.


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Arte-Factos

A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)

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