Reportagem


Fleet Foxes

Do folk e das velhas glórias

Passeio Marítimo Algés

08/07/2017


“We’ve got a lot to play, we’re gonna get right to it” anuncia a figura de gorro que toma o centro do palco. Não é que já não tivéssemos notado inflexibilidade de horários para todas as bandas não chamadas Foo Fighters, mas partilhamos da picuinhice de quem a impôs, e, no geral, os concertos ganharam com isso.

Mas da parte da antiga banda de Father John Misty (estamos a ser injustos?) não pode haver grandes motivos para lamentos. Dos concertos a que assistimos, é seguro dizer que foi dos mais abonados pelo cronómetro.

O folk-indie-cenas dos Fleet Foxes começa tímido. O novo álbum saiu o mês passado e a lição ainda precisa de ser estudada antes de temas como a porção mais interessante de “Arroyo Seco” e “Cassius” serem entoados em uníssono. Mas aos poucos, deste lado das grades, as vozes vão-se afinando e por alturas de “Your Protector” já não sabemos se as harmonias vocais, prato forte das composições destes rapazes, vêm do palco ou de fora.

Sempre em crescendo, os Fleet Foxes foram pululando a setlist com temas mais antigos que garantiam o engajamento. “He doesn’t know why”, do álbum de estreia, fez tensão sobre as gargantas que cantam “there’s nothing I can do”.

Antes de “White Winter Hymnal”, canção que soa vários graus acima da sua alegria natural quando tocada ao vivo, Robin Pecknold garante-nos que este é “o melhor público da digressão – de longe.”

“Helpness Blues,” velha e segura glória, faz a derradeira entrada triunfal do repertório deste concerto. Vamos dar tempo, ao tempo até que as novas ofertas dos Fleet Foxes suscitem igual entusiasmo, para já, é inteligente mantê-las mais no início para garantir a trajectória ascendente.

Galeria


(Fotos por Hugo Rodrigues)

sobre o autor

Jorge De Almeida

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