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O trio portuense Holy Nothing editou “Hypertext” no final do ano passado e, tal como já tinha acontecido com o EP “Boundaries“, este foi produzido e misturado por Rui Maia. Constituído por oito temas, a banda explica-os aqui faixa a faixa.
A primeira música do Hypertext. Curiosamente a única do álbum que não tocamos ao vivo. Gostamos da música e para nós não é apenas uma introdução. É um registo muito pessoal, quase privado, com um ambiente denso. Talvez por isso achamos que o lugar certo para ela é o disco e não o palco.
Queríamos fazer uma cumbia. Viajar rapidamente até à Colômbia enquanto não havia propriamente a intenção de criar um álbum e o Hypertext ainda era um projeto por definir. Construímos um ritmo cumbia e depois explodimo-la até ao ponto em que era tudo menos aquilo que tínhamos revisitado no início. Ficou o nome e uma música que exemplifica bem o processo de produção do Hypertext: experimentação / contradição / erro / concretização.
Numa viagem rápida do Samuel até Londres ele deu de caras com um improvisado casamento hindu nas ruas da cidade. A gravação foleira que ele trouxe desse momento deu mote para inflectir a mood do álbum para sonoridades que procuram a Índia sem nunca lá querer chegar. Percussões marcadas para gingar ao som de uma linha synth hipnotizante e insistente.
O Hypertext é a interligação entre vários ambientes musicais que nos surpreendem e entusiasmam. Nesta música, todas aquelas bandas e editoras que surgiram na Alemanha e Inglaterra nos anos 70 numa vertente mais industrial e mecanizada da música electrónica permitiram-nos fazer uma nova viagem. Vo-coders que dominam uma música asperamente dançável.
Nunca percebemos bem quando e como começamos a compor uma música. Quando terminamos já não nos lembramos por onde começamos e são inúmeras as referências por onde vamos passando. Rely On é a ilustração perfeita deste processo indefinido. Aqui misturam-se sonoridades completamente diferentes e até antagónicas – batidas exóticas, linhas de voz pop distorcidas e sequências rítmicas quase techno.
Estávamos nós em pleno inverno de 2014 fechados no quarto do Nelson, a meio do processo de gravação do álbum, ávidos por uma dose intensa de verão. Assim, quando o calor e o sol teimam em não aparecer, nada melhor que criar o nosso próprio microclima que nos permitisse estender as toalhas ao sol sem pitada de vento.
Quase um instrumental. Sim, existe voz, mas é utilizada como apenas mais um instrumento, sem protagonismo e sem pretensão de definir o que quer que seja. Foi uma música composta num take (depois disto sofreu apenas pequenos ajustes). Em síntese, foi uma Jam session que correu bem. A Remain saltou diretamente da sala de ensaio para o álbum.
Não conseguimos falar desta música sem dizermos coisas estranhas e que nem nós percebemos. Dito isto, preferimos não dizer nada.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)