//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
Segundo dia de VOA – Heavy Rock Fest e segundo dia de um cartaz em que a variedade musical predomina. Num dia em que ouvimos bandas de culto como Venom, viajamos até ao puro thrash metal dos Death Angel, bradámos aos céus com o heavy metal dos Cruz de Ferro e apreciámos música clássica com o talento dos Apocalyptica.
Ainda o sol ia alto, já os espanhóis Childrain tocavam. Apesar de serem nossos vizinhos, comunicaram sempre em inglês, com o vocalista a agradecer a nossa presença sempre que tinha ocasião. No activo desde 2008, a banda prepara-se para lançar o seu terceiro álbum em 2018. Em cerca de 45 minutos exploraram os seus Matheria e A Fairy Tale for the Dissent. Contando já com algum público que enfrentava o calor, o saldo foi positivo.
No palco oposto, começam a tocar de imediato os lisboetas Adamantine, que experienciaram alguns problemas de som, pelo que mais perto do palco era impossível conseguir apreciar a música. Contrariando a adversidade, a banda encheu o pequeno palco que tinham com um belo death metal melódico extraído do álbum que lançaram este ano, Heroes & Villains.
As festividades continuaram com Death Angel, banda que já não é novata nestas andanças, no Palco Principal. A verdade é que este grupo norte-americano tem carreira em vigor desde 1982, pelo que pertence aos primórdios do thrash metal. Se a idade é um posto, a mesma ajuda quando se trata de reproduzir a melhor experiência musical possível. São crus no que fazem e puxam por nós até ao último segundo. O vocalista Mark Osegueda é incansável nas abordagens ao público, dirigindo-se aos “metal brothers and sisters of Portugal” num dia em que “celebramos a música”, sempre que tem uns segundos para isso. O público recebe esse esforço de bom grado e gera empatia com a banda respondendo com headbangs e com horns bem altos. E continua a incentivar o público a mexer-se com uma tirada peculiar, dizendo “Do you see the security guards? They are being paid, make them fucking work!”. E parece dar resultado, já que se levanta poeira com circle pits gigantescos e ininterrupto crowdsurfing.
Assim deve ser um concerto, em que além de escutarmos música ao vivo a nossa presença é valorizada e a banda sente-se bem recebida. Na pouco mais de uma hora de concerto, a banda desfilou alguns temas clássicos como “The Ultra-Violence” do primeiríssimo álbum mas também desvenda o recente The Evil Divide, com a estrondosa “Father of Lies” ou “Lost”, que dedicaram a todos os que aturaram “tretas dos pais, professores e outros, sempre que tentaram ser eles próprios”. Terminam com a épica “The Moth”, um tema mais melódico e de memorização fácil e que exalta a cantoria de muitos. Fica a promessa de um regresso, que certamente será bem recebido.
De barriga cheia do concerto anterior, pela hora de jantar temos Cruz de Ferro que exaltam um heavy metal puro cheio de patriotismo. O vocalista berra-nos aos ouvidos “Onde estão os defensores?!” puxando pelo público e a banda toca o tema com esse nome. Já não são desconhecidos da comunidade metaleira e por isso contam com uma audiência bem composta em frente ao palco, que faz a festa com a banda.
Tal como vos tínhamos adiantado anteriormente, os veteranos Venom foram a atracção principal deste dia de VOA e deram-nos uma lição de música e dedicação transversal a gerações. A banda de Cronos (Conrad Lant), La Rage (Stuart Dixon) e Dante (Danny Needham) subiu ao palco pouco passava das 21h e tinham para os receber praticamente todo o público do festival, que acorreu de imediato ao Palco Principal. O público divide-se entre esses movimentos e rápidos circle pits. O pó levanta-se em fúria tal é a agressividade com que se exaltam os demónios. “Antichrist” faz as delícias e com “Countess Bathory” cantamos bem alto. Os clássicos estão presentes e de “Pedal to the Metal” a “Don’t Burn The Witch” passamos por “One Thousand Days in Sodom” ou “To Hell and Back”. O momento da noite estaria em “Black Metal”, uma das faixas que compõe o álbum com o mesmo nome e que foi deixada bem para o final, já na altura do encore. No final, ficamos com a certeza de que estivemos presentes num dos melhores concertos de sempre no VOA Fest.
A última aposta do palco Loud! neste segundo dia ficou em Rasgo, banda cujos elementos pertencem a outras relativamente conhecidas como Shadowsphere, Trinta & Um ou Tara Perdida, formando, por isso, um “supergrupo” dentro do meio. Depois de terem feito a 1ª parte de Slayer em Junho passado, quem esteve presente soube que tinha nascido ali um portento. No VOA confirmaram isso, oferecendo o melhor thrash com riffs poderosos. O vocalista incentiva o público e até quem está mais longe “Pessoal que ’tá aí sentado, ’tá-se bem? Façam barulho aí sentadinhos, c*ralho!”. De entre as faixas que compõe o álbum que está na calha, “Ecos da Selva Urbana”, pudemos ouvir “Propaganda Suicida” e “Homens ao Mar (Puxa!)”, entre outros.
A fechar a noite, estiveram os finlandeses Apocalyptica a celebrar os 20 anos de edição do seu emblemático álbum Plays Metallica on Four Cellos. Talvez muitos não manifestassem interesse em assistir ao concerto da banda finlandesa, mas a verdade é que no final, a maior parte ficou rendida a uma celebração musical de outra banda tão enraizada, como podem confirmar na reportagem mais completa que fizemos a este espectáculo.