//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
A mitologia nórdica é rica em histórias curiosas, como aliás grande parte das crenças que o ser humano criou com base numa imaginação muito fértil e no comportamento dos elementos naturais que o rodeiam. À semelhança de outras, também a mitologia escandinava é povoada por deuses apelativos e complexos, que personificam emoções humanas e forças da natureza. Esta mitologia é muito mais baseada no culto do que na metafísica, ou seja, trata-se de uma religiosidade vivida através de rituais ou festividades em honra dos deuses ou ancestrais, ignorando o suicídio, a revolta ou o desespero e, acima de tudo, a dúvida ou o absurdo, tratando-se portanto, segundo certos historiadores, duma “religião de vida”.
A característica de destaque da mitologia nórdica é que os dois grandes pólos que se opõe são a ordem e o caos, ao contrário de grande parte das crenças em que temos o bem por oposição ao mal. The Mask é um cómico exemplo disso mesmo. A máscara que Jim Carrey coloca e dá nome ao filme é representativa do Deus Loki, a mais complexa divindade da mitologia escandinava, personificação da travessura e do caos. Essa característica é notória nas loucuras que Stanley Ipkiss vai cometendo ao longo do filme, derivadas da sua enorme descontração a partir do momento em que o objecto se apodera dele.
Outro ponto que distingue a crença escandinava são os centros de fé. As tribos germânicas não tinham templos de fé, como é tradicional da maioria dos povos e como os conhecemos na actualidade. Usualmente, o culto era prestado em bosques sagrados. Esta característica é particularmente familiar para quem acompanha a cinematográfica série televisiva Game of Thrones, inspirada na obra-prima de George R. R. Martin A Song of Ice and Fire. Na história, as famílias do norte, nomeadamente o clã Stark, prestam culto aos deuses antigos e o local de adoração é junto a determinadas árvores em bosques sagrados, especialmente reservados para o efeito. O culto poderia também ocorrer em casas ou em altares de pedras empilhadas.
A mitologia nórdica é constituída por nove mundos, bastante explorados por J.R.R. Tolkien no universo fantástico de Lord of the Rings tranposto de forma brilhante para o cinema por Peter Jackson na trilogia do mesmo nome e na trilogia The Hobbit. Tolkien criou verdadeiros mundos dentro dum universo de imaginação e grande parte das suas paisagens e dos seus habitantes derivam de muitas descrições da mitologia nórdica. Jackson não só deu vida cinematográfica a todo esse cenário deslumbrante, como recriou mesmo o espaço de habitação dos hobbits na Nova Zelândia. The Shire ganhou assim vida para lá dos livros ou do grande ecrã.
Para além dos deuses e criaturas sobrenaturais, a mitologia debruçava-se também sobre heróis e reis, sendo que muitos deles provavelmente terão existido. Um dos casos seria Beowulf, que foi adaptado a cinema e foi um dos pioneiros na massificação do cinema 3D.
Os nomes dos deuses nórdicos deixaram traços no vocabulário moderno, nomeadamente no nome dos dias da semana. Inicialmente os dias da semana em latim foram designados como Sol, Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Vénus e Saturno. Os nomes de terça a sexta-feira, em inglês e nas línguas escandinavas, foram substituídos completamente pelos equivalentes germânicos dos deuses romanos.
Os deuses em destaque são:
Filho de Bor, Odin é o Deus da Guerra e da Sabedoria. A Sabedoria foi adquirida em troca de um olho, preço estipulado para poder beber da Fonte de Mimir, de onde obteve esse dom. Wotan, para os povos germânicos e Woden para os anglo-saxónicos é também o Deus dos Mortos. Casado com a Deusa Frigg (Deusa da Terra) com quem teve Thor e Balder, Odin é geralmente representado usando um grande manto balançando ao vento e um chapéu de abas largas, com a lança Gungnir na mão. Há dois corvos que estão sempre com Odin: Huginn (Pensamento) e Muninn (Memória) e dois lobos: Geri e Freki. O seu cavalo Sleipnir, tem oito pernas. Quando sentado no trono, Odin pode ver tudo o que acontece nos nove mundos.
Donar, para os povos germânicos, é casado com Sif. Thor é o segundo na hierarquia dos deuses e é o seu maior guerreiro e seu guardião. Conhecido como Deus do Trovão e dos Céus, é também Deus da fertilidade. Thor era o mais amado e o mais respeitado dos deuses nórdicos. Os Vikings chamavam a si próprios “O Povo de Thor.” Como deus da fertilidade, Thor era também particularmente adorado por agricultores e era invocado para partos bem sucedidos. Símbolo de lei e ordem, Thor é representado como figura alta de barbas vermelhas, sempre com o martelo Mjollnir na mão. Mjollnir foi feito pelos anões e tem o poder de retornar às mãos de Thor após arremessado contra um inimigo. A saga cinematográfica Thor continua, cujo volume Thor Ragnarok está quase nos cinemas!
Filha de Njord e irmã gémea de Freyr, Freyja é a maior das deusas da fertilidade. É a deusa do amor e também da morte. A beleza de Freyja é legendária. Havia sido esposa de Odin, que a trocou por Frigg, pois este achou que ela dedicava mais atenção a enfeites do que a ele. Há uma lenda de quando ela encontra, numa caverna, quatro anões – habilidosos artífices – com os quais ela vê um colar de ouro de incrível beleza (o Colar de Brisings). Freyja insiste com os anões para que eles lho vendam, mas eles só aceitam vender o colar por um preço: que ela durma com cada um deles. Ela concorda. Loki vê o que se passa e conta a Odin, que fica furioso e manda Loki tirar o colar a Freyja. Há teorias que defendem que Freyja e Frigg são a mesma Deusa ou são inspiradas na mesma figura mitológica.
Tiwar, para os povos germânicos, filho de Odin, segundo umas fontes, e filho do gigante Hymir, segundo outras. Tyr é o Deus da Batalha.
Temos, então:
Segunda-feira – Monday: dia da Lua
Terça-feira – Tuesday: dia de Tyr
Quarta-feira – Wednesday: dia de Odin (Woden)
Quinta-feira – Thursday: dia de Thor
Sexta-feira – Friday: dia de Freyja
Sábado – Saturday: dia de Saturno
Domingo – Sunday: dia do Sol
Estes são apenas alguns exemplos de obras mais recentes que se inspiraram na riqueza da mitologia nórdica. Para além destas obras, temos todo o universo viking, tão em voga nos dias que correm. É fácil perceber, que a complexidade desta crença poderia e pode continuar a dar origem a filmes (universos literários e televisivos) de culto.