//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
Casa cheia para receber de volta o supergrupo norte-americano de hard-rock Alter Bridge. Numa noite de emoções, fomos do som pesado até às baladas de trazer lágrimas aos olhos.
Na primeira parte estiveram os As Lions, banda de Austin Dickinson, vocalista que partilha do mesmo sangue com um dos grandes frontman do metal, Bruce Dickinson. No entanto a banda do rebento Dickinson não tem nada que se assemelhe ao legado do pai, inclusivamente o estilo vocal.
Aproveitando o facto de a casa estar já bem preenchida pelo muito público que espera Alter Bridge, foram desfilando as canções do único álbum que têm até agora, Selfish Age, lançado este ano. Daí sobressaem temas como “Bury my Dead” ou “Aftermath” e, em palco, temos um vocalista imparável, dividindo-se em elogios ao público e aos próprios Alter Bridge, referindo ser “um privilégio” fazer esta primeira parte e tocar em Lisboa. Os As Lions, no entanto, não se destacam pela originalidade. Com um estilo que passa por algo parecido a uns 30 Seconds to Mars, são um bom aperitivo para o início da noite, mas um lugar comum.
Ao fim do seu espectáculo, na plateia em pé já não cabe uma agulha, e pouco passava das 21h30 quando o quarteto de Orlando se fez notar no palco, sob uma chuva de aplausos ensurdecedora.
A primeira que atiram é “The Other Side” do novíssimo álbum The Last Hero. Num tom grave e pesado a faixa dá origem a pequenos moshes no meio da multidão. Depois de “Come to Life” segue-se “Addicted to Pain”, um dos grandes hits da banda e passamos pelo álbum AB III para revisitar “Ghost of Days Gone By”. A frenética “Cry of Achilles” é recebida com entusiasmo pelos saltos da multidão. Pelo meio temos “Ties That Bind”, “Crows on a Wire” e “Waters Rising” até chegarmos a “Watch Over You”, um tema calmo e radio-friendly que nos trucida o coração.
“In Loving Memory” protagoniza um dos momentos da noite apelando ao nosso lado sensível. Vinda do primeiro álbum da banda, “One Day Remains” é um dos tema que melhor explora a capacidade melódica do grupo. Lanternas dos telemóveis no ar e vozes em uníssono. Ainda do mesmo registo, temos direito a “Shed My Skin”, outro momento que põe à prova o nosso fôlego. Ainda não refeitos de tal demonstração de devoção somos presenteados com “Blackbird”, talvez a canção mais reconhecida pelo público.
“Isolation” vem amainar o ambiente para o que vinha a seguir. Num tempo em que a WWE estava na berra, muitos são aqueles que reconhecem a canção de The Edge. “Metalingus” é uma das mais pesadonas de Alter Bridge e o reboliço faz-se sentir. Myles Kennedy pede a quem está em pé que se baixe e num segundo em que a música pára, há um salto colectivo. A prática não é nova (os Slipknot fazem o mesmo, por exemplo, e até os Papa Roach o tentaram com sucesso na mais recente passagem pelo Coliseu de Lisboa) mas o efeito é incrível e neste tema encaixa que nem uma luva. “Words Darker Than Their Wings” abre alas para “Open Your Eyes”, um dos singles de One Day Remains.
Após uma breve saída de palco e já com quase duas horas de concerto, a banda regressa para apresentar “Show Me a Leader”, single do mais recente disco. Há ainda tempo para um desafio de solos de guitarra de Myles Kennedy e Mark Tremonti, não fossem os dois exímios guitarristas. O alinhamento termina com “Rise Today”.
No fim demoram a despedir-se do público, principalmente de quem está nos lugares dianteiros. Distribuem quase tudo o que têm no palco: palhetas, baquetas, setlists. Não se pode dizer que não adorem o público português. O último concerto da digressão encerrou com chave de ouro nesta sala mítica de Lisboa.