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Se quem achava que o fim dos Khanate já significava também o fim dos pesadelos, anda desatento. O bom do Alan Dubin já há um tempo que juntou malta tão demente quanto ele para criar os Gnaw e desafiar todos os actos musicais que se considerem ruídosos a ser mais desagradáveis do que eles. Chega agora a nós “Cutting Pieces”, o terceiro disco do seu aterrador percurso.
O que poderá assustar ainda mais que a própria música, que até podia ser mal descrita como um “doom metal criado num desastre de laboratório”, aquele habitual híbrido de ruído, berraria e tudo o que seja medonho, é a abordagem para o novo disco: por cima disso tudo também procuram agora escrever canções mais concretas.
No meio deste cacofónico filme de terror sonoro há mais melodias memoráveis, mais riffs de abanar a cabeça, mais elementos e composições complexas – alguma influência terá vindo da inserção de Dana Schechter na banda. E a prestação vocal de Dubin. Sempre o centro deste caos, – quem não se lembra de quase o ouvir a gargarejar sangue por entre os versos da “Vacant”, malha de assinatura do álbum de estreia? – aqui até apresenta umas abordagens novas. Novos berros, sussurros e por vezes até… canta. Mais ou menos. E é aterrador, sim.
É mais uma recente proposta de música não recomendável a qualquer um. Em “Cutting Pieces”, os Gnaw provam que têm imenso gosto em causar-nos desconforto e dar-nos voltas ao estômago. E fazem-no com uma evolução sonora consciente, com novos elementos e com mais musicalidade. E só soa mais doentio ainda. Continuarão sempre a definir o lado mais grotesco desse palavrão que é o “avant-garde”. Bons sonhos!
Rat, Wrong, Extended Suicide
Khanate, Gnaw Their Tongues, The Body & Full of Hell