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Mais um ano chega ao fim. Sinceramente fico contente com isso. Não sou muito revivalista e 2017 também não foi o melhor ano de sempre, obviamente aconteceram muitas coisas boas, mas não vai deixar saudades.
Acabou por ser um ano mais de transição e adaptação a novas realidades, e eu gosto disso. No entanto, a verdade crua e dura é que aqui o viciadinho em música acabou por ouvir menos coisas e ir a menos concertos.
Sem qualquer ordem especificamente delineada fiquem com um top pessoal do meu 2017 no que à cultura diz respeito.
Porque é que começo por dizer que o Top de álbuns da Arte-Factos, lançado há dias está no meu top de 2017? Num ano em que estive um pouco mais desligado dos lançamentos de tudo quanto é música e álbuns, foi ao ler o top elaborado por esta excelente equipa que me lembrei que os Fever Ray tinham regressado e lançado um trabalho novo. Fui então ouvir… e que álbum fixe! Obrigado!
Mais um ano em que tive o prazer de estar ligado a esta malta que faz tudo tanto por carolice como por “amor à camisola”. Por muito que às vezes possa não concordar com algumas opiniões e formas de olhar a música, adoro o espírito “Queres? Faz acontecer!” deste projecto. E fá-lo contra tudo e todos, como 2017 mostrou!
Pode-se dizer que foi um ano a meio gás para os Maiorais, por muito que queiram fazer acontecer, infelizmente muitas vezes quem tem esse dever acaba por criar mais barreiras que soluções. Ainda assim dos poucos concertos que aconteceram podem-se apontar dois ou três quase épicos, como o dos Stone Dead ou das Pega Monstro (onde tudo acabou por terminar a meio).
Acabou-se o ano numa de “Não deixam de uma maneira, faz-se de outra!” e no passado dia 23 de Dezembro aconteceu na loja Anacronista a meio da tarde um excelente concerto acústico do projecto Inmynths.
Sabem uma das coisas que mais adoro na música? É a capacidade de subtilmente fazer passar mensagens tão fortes. Sem magoar os menos inteligentes ou atentos.
É impressionante por vezes perceber a inteligência que muitos dos fazedores de música têm. Ainda hoje continuo a achar que o David Bowie previu e planeou a sua morte, ouçam apenas os primeiros versos do single do seu último álbum lançado dias antes de morrer.
Este ano algo semelhante voltou a acontecer, desta vez com conotações um pouco mais políticas e críticas à sociedade destes dias. Dias depois da eleição de Trump, os Depeche Mode lançaram o single “Where’s the Revolution” e Father John Misty lançou “Pure Comedy”. Dois estilos musicais tão distintos e duas mensagens tão fortes para as sociedades de hoje em dia.
2017 marcou também o regresso de dois grandes projectos musicais. Os Gorillaz e os LCD Soundystem voltaram ambos de um longo hiatus e com álbuns novos. E como quem quer dar um grito de revolta e dizer “Estamos vivos e de boa saúde”, trouxeram-nos dois álbuns não menos que excelentes.
Músicas muito bem construídas, sonoridades avassaladoras, letras bem inteligentes e, mais uma vez, umas quantas críticas à sociedade e ao poder destes dias.
Dois álbuns longos, pelo menos para os standard de hoje em dia, que nos deixam a pensar que o regresso destes projectos se deveu também a uma necessidade de ter muito para dizer.
Enquanto viciado em música que sou, este ano senti a necessidade de desligar um pouco de vez em quando. Acho que este ano foi a primeira vez que acompanhei Game of Thrones a cada episódio que ia sendo lançado. De todo há coisas que me impressionam e não são só na história. Quanto a esta, aqueles últimos dois episódios deixaram-me tão agarrado que mal posso esperar pelo seu desvendar.
Resolvi mesmo aprofundar um pouco mais o meu consumo de séries (não era assim tanto). Não quis pensar muito, como toda gente falava de Narcos, lá fui eu. Quão pregado eu fiquei!
Tenho tendência a gostar de todas as obras baseadas em factos verídicos, mas esta série foi construída de uma maneira que me deixou sempre a salivar pelo próximo episódio. Acabando a segunda temporada de Narcos quis fazer uma pausa. Escolhi outra e voltei a usar a mesma receita. Stranger Things lá foi. Tal como Narcos fiquei pregado até consumir tudo.
Estão ela por ela, mas talvez o Stranger Things me tenha agarrado mais, possivelmente porque ao fim de cada temporada senti sempre que fazia sentido a história continuar. A Netflix está a fazer um excelente trabalho com estas séries. Puxando para o lado musical, um dos motivos que me referiram foram as excelentes bandas sonoras. Fico contente por confirmar que os meus amigos têm bom gosto musical. Que venham as próximas temporadas!
P.S.: Depois de acabar Stranger Things vi a terceira temporada de Narcos.
Não tenho qualquer pudor em dizer que o novo álbum de Arcade Fire, “Everything Now”, é o que menos gosto da banda. Ainda assim ao fim de umas quantas audições começou a entrar melhor e, qual linha condutora entre muitos dos álbuns lançados este ano, percebi que há ali um grande toque de crítica à nossa sociedade actual.
Creature Comfort é que não custou nada a entrar. Esta música conseguiu o feito de me deixar rendido à primeira audição, posso mesmo dizer que é uma das minhas músicas favoritas de Arcade Fire. Tem uma letra brutal, uma sonoridade excelente e adoro como muda de uma intro com um som bem negro para aquela melodia de baixo alegre e dançável, sem darmos conta.
Merecem um prémio só pela irreverência de em pleno 2017 lançarem um single como “Yuk Foo”, uma música que podíamos facilmente encaixar nos inícios dos anos 90. E merecem ainda outro prémio pela variedade que mostram neste “Visions of Life”.
Quem me conhece sabe que não gosto muito de empacotar música em estilos e limitar a liberdade criativa para que encaixe neles. Os Wolf Alice mostram mais uma vez que a falta desse “empacotamento” ainda é possível. Provam-no com uma oferta de variedade neste álbum que vai ainda mais longe que os anteriores, basta ouvirmos os três singles: “Yuk Foo”, “Don’t Delete the Kisses” e “Beautifully Unconventional”.
Nesta música ouvem-se versos como “We’re hostages of geography” e “I’ve been so close, I’m so far way”. Este ano fui tudo menos um refém da geografia, pois acabou por ser um ano em que viajei bastante e conheci muitas cidades novas. Estive bem mais perto de tudo e acabei por visitar locais pelos quais tinha muito interesse. Alguns deles não pelos melhores motivos, mas mais por uma busca de respostas a episódios da história que não consigo perceber, e que infelizmente continuo sem encontrar justificações plausíveis. Vamos apenas tentar que não se repita a história.
Quanto a esta música, merece ser listada aqui pela sua brutalidade e carga emocional. Não pensava ouvir Josh Homme um dia a cantar uma música como esta, mas gosto muito!
Há quem diga que o Rock está a morrer. Permitam-me que discorde! Se há coisa que 2017 provou é que o rock está longe de morrer! Está bem de saúde e recomenda-se imenso, já ouviram o novo álbum de Foo Fighters? Dos Queens of Stone Age? O “How Did We Get So Dark?” dos Royal Blood? Ou o “Good Boys” dos portugueses Stone Dead? Já viram os concertos deles? Como podem dizer que o rock está a morrer?! Não, o rock não está a morrer! Está sim a reinventar-se, a mudar, como tudo na vida. Nós próprios mudamo-nos e vamo-nos adaptando. Há algum mal nisso?