Zakk Wylde, um dos indivíduos mais carismáticos do rock, sabe sempre como manter-se ocupado. Notou-se aliás nestes últimos tempos, com a edição do seu segundo disco a solo, a reunião com Ozzy Osbourne para a sua tour de despedida e introduzindo 2018 com um novo disco dos seus Black Label Society.

“Grimmest Hits” é um conjunto de canções inéditas que continua a mostrar-nos o som característico da banda. É o mesmo heavy metal sulista, sempre de mão dada com os blues e com umas fortes injecções de groove. Quando se reconhece o intérprete aos primeiros acordes, quando os riffs já têm nome e quando o reconhecemos à primeira palavra vociferada pela inconfundível voz nasal, sabemos que há uma identidade definida na qual não vale a pena mexer. “Grimmest Hits” é pesadote, memorável, e tem tanto daqueles temas dançáveis como de abanar a cabeça, com aqueles solos exibicionistas que só o Sr. Wylde sabe reproduzir – e tanto quem se deliciou como quem se frustrou, em Vagos, há uns anos atrás, com os seus intermináveis solos, sabe que ele não é muito tímido na hora do exibicionismo.

O que se pode realçar e distinguir neste “Grimmest Hits” será o patente e crescente tributo ao seu ídolo e mentor. Certamente a trazer algo do seu projecto-tributo Zack Sabbath, faixas como “Trampled Down Below”, “All That Once Shined”, “Disbelief” ou “Bury Your Sorrow” são as maiores vénias aos Black Sabbath que a banda Californiana podia apresentar, mantendo a assinatura de Zakk Wylde bem realçada.

Não é inovador mas é recomendável para qualquer fã. Se até se sentia alguma fraqueza nos discos mais recentes e que, ali pela altura após o “Shot to Hell”, a fórmula estava competente mas cansada, “Grimmest Hits” pode não ser o maior reacordar da besta, mas vem provar que esta nunca adormece totalmente.