Casa Independente a arder em labaredas de post-rock

Não, o incêndio de há uns dias na Almirante Reis não reacendeu, podem ficar descansados, até porque dificultaria a chegada à Casa Independente para uma noite Casa Ardente, agora com Riding Pânico e Then They Flew, capitães de equipa e titulares na selecção post-rock de Portugal, respectivamente.

Os primeiros são já de cátedra do género em Portugal – “E Se a Bela For o Monstro“, nunca é demais dizê-lo, é um monumento da música popular nacional, com um disco praticamente novo para mostrar, Rabo de Cavalo (2017). Entre o peso do vendaval de Lady Cobra (2008) e a leveza da brisa de experimentação de Rabo de Cavalo, o supergrupo (pelos nomes e, cada vez mais, pelo conjunto da obra) desfilará, com a ferocidade de tigres com amplificadores e pedaleiras, o porquê de serem material de cápsula do tempo da música nacional (ou os Shellac do Milhões de Festa) – com ou sem Elon Musk a lançar o foguete.

Os segundos são o corolário de que em Portugal há gosto e talento para consolidar um género. Depois de um óptimo Stable as the Earth Stops Spinning (2015), a banda aventurou-se a organizar o seu próprio festival de post-rock, continuando a desenvolver a sua sonoridade. Não se deixem enganar pelo repertório ainda relativamente pequeno, que nele podem encontrar vagalhões à moda dos Mono e dos GY!BE ou melodias que remetem para Do Make Say Think ou Mogwai.

Findas as ondulações instrumentais, fiquem para ver outros com hífen e rock no género, os Quelle Dead Gazelle, mas em formato DJ set, para um buffet sonoro no palco do tigre.

Não são só os ouvidos que vão à festa, que há ainda uma exposição da ilustradora Mariana Cáceres (patente de 10 a 17 de Fevereiro).

Posto isto, disfarcem-se de Mogwai para a piada fácil ou arranjem uma peruca e vão de Efrim Menuck, que por vós espera um ardente serão instrumental.

A noite de 10 de Fevereiro está a cargo das Produções Incêndio. Mais informações aqui.