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O caso de Nils Frahm não deixa de ser curioso. Editou mais de uma mão cheia de discos de estúdio, ora a solo, ora em colaboração com outros artistas, todos eles especulativos da música contemporânea – umas vezes mais clássicos, outras mais eletrónicos – passando sempre por baixo do radar da crítica e do público. Até que, em 2013, edita Spaces, um disco gravado ao vivo que serve de montra para todos os talentos do músico, tornando-se simultaneamente um dos discos mais aclamados desse ano e ganhando sozinho grande parte da base de fãs de Frahm.
O novo All Melody surge como o digno sucessor de Spaces e traz elementos inauditos ao som do músico. Desde logo, os coros irrompendo na introdução The Whole Universe Wants To Be Touched, proeminentes na serpenteante A Place, enterrados na produção de Kaleidoscope, ou lado a lado com os sopros de Human Range – que poderia ter saído da fase Homogenic / Vespertine de Björk. E se o sucesso de Spaces estava ancorado num tema como Says, em All Melody, o músico alemão demonstra o requinte e modernidade das suas composições – melancólicas mas porque não dançáveis? – em Sunson, no tema título do disco, ou em #2.
Com cerca do dobro da duração de qualquer um dos outros discos de estúdio de Nils Frahm, este All Melody acaba por mostrar-se excessivamente longo, esticando algumas das suas secções para lá do desejável, como nos casos de Momentum, Kaleidoscope, #2 ou de Human Range. No entanto, dado o trabalho meticulosamente perfeccionista de Frahm na profusão das texturas e ambientes presentes neste disco, somos obrigados a afirmar que All Melody é, sem qualquer dúvida e de muito longe, o melhor disco de Nils Frahm.
Sunson, A Place, All Melody, #2
Ólafur Arnalds, Max Richter, A Winged Victory For The Sullen, Nicolas Jaar