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A roda de Caio, que circula por estradas feitas de melodias folk e de poemas que só o coração entende, tem-nos levado em viagem por mundos tão longínquos quanto lhes permitamos, voltando sempre ao lugar onde é plenamente feliz: a familiaridade.
Quis começar este disco com uma música que funcionasse como intro para algo do que vem aí. Uma espécie de prefácio de um livro. O nome “saudade” acho que funciona pois dá início a algo. Faz-nos sentir necessidade pois a harmonia acaba por evocar nostalgia.
Fala-nos de uma história de amor. Vinho tragado, perdição, mágoa e solidão. Este cocktail com um travo a arrogância e raiva subtil mantém a aura de ligação que precisamos para estar com outra pessoa.
Acho que tem a sonoridade e a mensagem ideal para ser o single do disco. Conta uma história de amor baseada em escolhas pouco seguras que acabam por definir o nosso caminho. Esta música tenta personificar relações de curta duração, mas de grande intensidade que nos fazem perder o rumo e entrar num mundo de incertezas.
Serve de metáfora para a paixão dando como exemplo a coragem e a alma dos portugueses que passaram pela tragédia dos incêndios (não só em Pedrógão, mas por Portugal inteiro).
“Fogo em pedra-pomes” acaba por simbolizar a dureza do povo português e a força que têm para superar qualquer tragédia.
Toda a mensagem da música resume-se pelo último verso: “deixa-a cair e não ter força para agarrar”. Fala da raiva resultante de um desgosto amoroso e o confronto com este mesmo.
Fala sobre o “Não Saber”. Fala sobre a incerteza dentro de cada um de nós. O refrão: “Tu que cais neste mundo, Não passes que eu cá estou” tenta transmitir ao ouvinte a ideia de que o artista não quer ter certezas porque acredita que só é livre ao viver na incerteza.
Acabou por se tornar numa das músicas mais importantes do disco. Esta música, mesmo que não tenha letra, transmite uma mensagem de força a quem não se consegue livrar de algum remorso que tenham. Tornou-se numa música apenas instrumental com o objetivo de cada ouvinte poder abordar a música à sua maneira.
Marca o último capítulo do disco, talvez por se relacionar com a minha primeira verdadeira paixão sentida até aos ossos. A cidade do Porto serve de fundo na nostalgia deste amor. Por mais que custe o mundo incerto acabou por levar a melhor sobre mim e influenciou-me a deixar esse amor para trás.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)