Deafheaven

Ordinary Corrupt Human Love
2018 | Anti- | Blackgaze, Post-metal

Partilha com os teus amigos

Está na altura de os puristas do black metal espumarem outra vez: os Deafheaven têm um novo álbum. “Ordinary Corrupt Human Love”,  com as suas influências díspares, traz-nos mais coesão e conforto. Portanto, ou vem conquistar o respeito que muitos recusam aos Deafheaven, ou assegurar que estes serão sempre aquela banda para a qual olham de lado. Sabemos como muitos são casmurros, certo?

Os elementos do black metal ainda são só uma base para a fusão com a melodia, a melancolia e outros ingredientes que, por norma, não se colocariam por perto daqueles blastbeats e daquela berraria. Neste sucessor do já muito ambicioso “New Bermuda”, aperfeiçoam essa harmonia e cada vez menos se confundem com alguém daquela turma pós-Alcest que gosta de embelezar o negro. Apesar do que a imagem destes jovens nos possa transmitir, fazem-no sem pretensiosismos. Melodias cantáveis, ambientes dreamy, pianos que poderiam pertencer a alguma balada de há algumas décadas atrás, tudo isso a “polir” a escuridão — mas sem lhe retirar qualquer emoção. Ela está lá. E bem crua.

O amadurecimento e aperfeiçoamento das suas fusões, as canções em crescendo a tornarem-se épicas e sem lamechices, – que não sejam as deles – solos de guitarra como o de “Honeycomb”, o facto de “Canary Yellow” ser uma das canções mais lindas deste ano, ou o de termos Chelsea Wolfe em “Night People”, fazem de “Ordinary Corrupt Human Love” mais um tremendo disco de uma das bandas mais polarizadoras da actualidade. Não vai mudar as opiniões negativas, nem convencer os cépticos de que isto é black metal a sério — até porque, se calhar, nem é para ser.

Músicas em destaque:

Honeycomb, Canary Yellow, Night People

És capaz de gostar também de:

Lantlôs, Les Discrets, Alcest


sobre o autor

Christopher Monteiro

Partilha com os teus amigos