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De 15 a 20 de Outubro, o Family Film Project – Festival Internacional de Cinema de Arquivo, Memória e Etnografia – está de volta para a 7.ª edição com sessões de cinema, masterclasses, performances e vídeo-instalações.
A Grande Nuvem Cinza, do brasileiro Marcelo Munhoz, filme vencedor da edição de 2017 do festival, marca o arranque do festival a 20 de Outubro, às 21h30, no Passos Manuel. A longa-metragem acompanha quatro famílias ligadas ao cultivo do tabaco numa pequena cidade no sul do Brasil. Guiadas pela tradição, misticismo ou puro pragmatismo, estas pessoas vivem na linha ténue entre a luta e o amor à terra.
A secção competitiva integra curtas e longas-metragens provenientes de vários países e de diferentes géneros, do documentário ao experimental, da dimensão sensológica à crítica social, do registo intimista do “home-movie” às paisagens temáticas e etnográficas. A competição vai contar com filmes de: Yekaterina Diakova; Iman Behroozi; Tomer Heymann e Barak Heymann; Daniel Mulloy; Cosima Frei; Nathan Douglas; José Carlos Teixeira; Catherine Boutaud; Rachid Biyi; Jason Britski; Tânia Dinis; Arianna Lodeserto; Andreia Pereira e Rita Manso.
O júri – composto pela artista Gabriela Vaz Pinheiro, pela socióloga e historiadora Paula Rabinowitz e pela poetisa, cineasta e dramaturga Regina Guimarães – vai atribuir o Grande Prémio do Júri e o Prémio para Melhor Ficção.
Daniel Blaufuks é o artista convidado do festival. Com uma obra visual versada sobre a relação entre o público e o privado, entre a memória colectiva e a memória individual, Blaufuks apresenta uma selecção de quatro filmes experimentais durante as duas últimas noites do festival: Sob Céus Estranhos (2002), The Absence (2009), Carpe Diem (2010) e Como Se (2014). Paula Rabinowitz fará uma introdução à obrado autor português no dia 20 de outubro, às 18h, no Passos Manuel.
Destaque ainda para a estreia no Porto da longa-metragem Marias da Sé, de Filipe Martins, na quarta-feira, 17, às 21h30, no Passos Manuel. É um filme híbrido entre o documentário e a ficção, protagonizado pela comunidade local da Sé do Porto, e conta, também, com a participação dos actores João Reis, Carla Bolito e Lígia Roque. No mesmo dia será apresentada a publicação Unframing Archives. A obra reúne um conjunto de ensaios e entrevistas sobre o cruzamento entre o cinema, as artes e o arquivo, com textos de Andrzej Marzec, Bill Nichols, Catarina Mourão, Deirdre Boyle, Éfren Cuevas, Fernanda Fragateiro, Filipe Martins, Miguel Leal e Péter Forgács. O livro resulta da parceria entre o festival e o Instituto de Filosofia da Universidade do Porto.
Também no âmbito do festival, os teóricos norte-americanos Bill Nichols e Paula Rabinowitz vão estar no Porto para orientar duas masterclasses. Bill Nichols, nome incontornável do pensamento contemporâneo sobre o cinema, convida a uma análise das cenas introdutórias nos filmes documentais e os modos como se articulam com a totalidade das respetivas obras. Paula Rabinowitz, socióloga e historiadora com particular enfoque no papel do cinema, fotografia e outros media na sedimentação dos modernismos americanos do século XX, propõe explorar, através do recurso a registos de memória, dois casos biográficos do seu próprio seio familiar para uma contextualização mais alargada e transgeracional dos mecanismos sociais de construção identitária durante e após a segunda guerra mundial. Ambas as masterclasses são de frequência gratuita mediante inscrição prévia no website do Family Film Project.
A 16 de Outubro, o bar Maus Hábitos recebe o ciclo de performances Private Collection, com espectáculos de Joana Craveiro, Jorge Gonçalves e Miguel Bonneville. Neste ciclo, com entrada gratuita ao público, os artistas são desafiados a explorar performativamente a partir de materiais de arquivo, pessoais ou não, ou de problematizações da memória.
Ao longo do festival será também exibido, em permanência no Passos Manuel, um conjunto de vídeo-instalações com coordenação de Gabriela Vaz Pinheiro. Esta exibição integra três filmes selecionados que convidaram irresistivelmente a uma reinterpretação do seu modo de exibição, dada a sua particular plasticidade visual e sonora: Scheherazade or (Per)forming The Archive de Muriel Hasbun, The Melody of Decomposition de Alex Faoro e On Exile, Fragments In Search of Meaning de José Carlos Teixeira. O resultado é um conjunto de vídeo-instalações onde se propõe uma convivência entre os filmes e os meios cenográficos que lhes servem de suporte.
Para os mais novos, o Balleteatro Serviço Educativo desenvolveu um atelier onde os participantes são convidados a experimentar o movimento e a interpretação da obra literária infantil Famílias Destrambelhadas de Cláudio Hochman e João Vaz de Carvalho. O atelier Balleteatrinho, orientado por João Apolinário, pretende a sensibilização e introdução ao mundo da dança, do teatro, do cinema, do circo, das artes plásticas e da música a partir do estímulo à criatividade e imaginação. As inscrições têm um custo de 10 euros e decorrem até 17 de Outubro.
A 7.ª edição do Family Film Project termina em festa no sábado, 20 de Outubro, com um DJ set de ocp – operador de cabine polivalente (João Ricardo) no Passos Manuel, com entrada livre.
Os bilhetes para as sessões de cinema, gratuitas para estudantes, custam 3 euros e podem ser adquiridos na bilheteira do Coliseu do Porto Ageas. O passe geral, que garante o acesso a todas as actividades do festival, está disponível por 8 euros.
O Family Film Project é organizado pelo Balleteatro, estrutura residente no Coliseu do Porto Ageas e financiada pelo Governo de Portugal e a DGArtes, com co-produção da Câmara Municipal do Porto.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)