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Heavy Metal Portugal – O Documentário, Sarapanta e Farewell constituem as principais novidades do quinto Muvi – Festival Internacional de Música no Cinema, uma edição de balanço não competitiva, que este ano decorre no Cinema São Jorge entre os dias 8 e 11 de Novembro.
Com um pé no passado e outro no futuro, já a pensar na mudança de casa para Almada, onde estará de 21 de Fevereiro a 3 de Março de 2019, o Muvi, exclusivamente em português, revê alguns dos filmes mais emblemáticos que exibiu ao longo dos anos, propondo um programa de onze documentários absolutamente notáveis que vale a pena ver ou rever no cinema.
Resposta à canção Tanto Mar de Chico Buarque através das canções e testemunhos dos músicos participantes, de forma a esboçar um retrato do Portugal contemporâneo, Meu Caro Amigo Chico, da realizadora e cantora Joana Barra Vaz, foi exibido no primeiro Muvi. A pertinência da revisão é reforçada face ao panorama que se vive actualmente no Brasil.
Outra repescagem da mesma edição é A Sétima Vida de Gualdino, de Filipe Araújo, vencedor do Palco Nacional das Odisseias Musicais. No culminar de uma vida rocambolesca, um baterista autodidacta elevado a “lenda do jazz” por ter lançado dezenas de jovens inexperientes como Jorge Palma, Bernardo Sassetti, Dany Silva ou Joana Espadinha, sofre um AVC.
Este olhar pelo retrovisor inclui também o duplo vencedor (júri e público) do Palco Nacional dos Sonetos Cantados no Muvi 2016, Pontas Soltas, no qual o realizador Ricardo Oliveira regista os devaneios da gravação do terceiro disco de originais dos Capitão Fausto. Outro excelente filme a merecer reposição na tela do Cinema São Jorge é Auto Rádio, de Gonçalo Pôla, sobre a digressão do álbum homónimo de Benjamim.
Celeste, de Diogo Varela Silva, e Phil Mendrix, de Paulo Abreu, vencedor do Palco Nacional das Odisseias Musicais no Muvi 2015, marcam as homenagens a Celeste Rodrigues, fadista ímpar que nos deixou a 1 de Agosto último, e a Filipe Mendes, que se despedia 12 dias depois, guitarrista genial conhecido pelo nome de guerra Phil Mendrix. Phil Mendrix é, também, o primeiro entrevistado de Heavy Metal Portugal – O Documentário, de João Mendes, a Sessão de Abertura do quinto Muvi. A edição de autor aborda a história do heavy metal em Portugal desde os primórdios em 1960, em pleno regime da ditadura, até 2016.
Na Sessão de encerramento, o festival propõe Farewell, de Ricardo Clara Couto e Rui Portulez, documentário que marca a despedida das comemorações da primeira década de vida do projecto Sean Riley & The Slowriders.
Pelo meio, Barulho, Eclipse, de Ico Costa, O Stradivarius Português, de Rafael Matos e Sarapanta, de Cristiano Saturno, encerram a programação de 2018. Alex Zhang Hungtai, David Maranha, Gabriel Ferrandini, Júlia Reis e Pedro Sousa são os protagonistas de Barulho, Eclipse. O Stradivarius Português investiga a história do único violoncelo Stradivarius existente em Portugal. Datado de 1725, pertenceu a Pierre Chevillard, compositor e violoncelista belga, e foi adquirido para a colecção do Rei D. Luís. No documentário Sarapanta, Cristiano Saturno explora a beleza das danças celestiais nas quais o vento solar gira em altitudes elevadas e os habitantes do Norte se encantam com o céu.
Quanto a exposições, Caminhos de Ser Feliz, de Ana Cláudia Silva e The Road (a estrada), de Graziela Costa, podem ser vistas nas vitrines do Cinema São Jorge, em Lisboa, de 8 a 11 de Novembro.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)