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O terceiro dia de Milhões de Festa (ou “em Festa” como ainda se ouve por Barcelos), começou tórrido e com a ressaca do dia anterior a fazer-se sentir. Não passámos desta vez pela piscina, esse mítica fonte de frescura, e procurámos antes a sombra e o refrescante abraço das árvores altas minhotas, esse pulmão de Portugal.
No Palco Taina, os Riding Pânico apresentaram um line-up curado por eles. Os Marvel Lima são uma das revelações do ano musical nacional e Quelle Dead Gazelle já se comportam como uma banda estabelecida – ou seja, sem novidade. Para o fim, ficou reservada a actuação dos seniores, dessa mega banda que enche qualquer palco com a sua música texturada e densa. É sempre um gosto ver os Riding Pânico ano após ano, é sempre um deleite perceber que há quem os esteja a descobrir ali mesmo. Num fim de tarde quente e com o rio em pano de fundo, entrámos na noite ao som de Rádio Popular (que mais parecia uma cabine de carrosséis de feira popular) e com uma bifana na mão, que o Milhões também é isso.
O turno da noite começou em óptima forma, com o concerto de The Heads e psych dos 90s voltou em toda a força, numa viagem cósmica por universos há muito não navegados. Foi uma óptima introdução a uma sequência de concertos com pouco ou nenhuma coerência, um line-up disruptivo como o Milhões sabe programar. GAIKA foi obsceno, rasgou com as mais convencionais expectativas, pegou fogo ao palco Lovers e, tão simplesmente, arrasou. O disco “Security” é interessante, mas é ao vivo que vinga e faz jus à crítica.
A grande arena de dança foi inaugurada pouco depois no palco principal. Os Bixiga 70 vieram do Brasil e conquistaram assim o público português. Não eram 70 em palco, mas pareciam. Ritmos latinos e bem brasileiros, misturados com afrobeat, foram a receita de sucesso que em escassos 3 minutos deixaram todos a dançar. Um perfeito prelúdio para o mais aguardado momento da noite: Islam Chipsy, finalmente Islam Chipsy. Depois do cancelamento inesperado em 2015, o encontro com o público do Milhões deu-se pouco depois das 3 da manhã. Uma espécie de Omar Souleyman em novo. Os ritmos árabes misturam com a dança e com o poder da bateria que invade o sistema nervoso, provocando espasmos (em bom, claro). Saímos do recinto a levitar, tal a felicidade e o coração cheio.