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Between Worlds
Título Português: Between Worlds | Ano: 2018 | Duração: 90m | Género: Thriller
País: Estados Unidos | Realizador: Maria Pulera | Elenco: Nicolas Cage, Franka Potente, Penelope Mitchell

Uma produção independente que aposta em Nicolas Cage como protagonista e revela um certo culto ao ator, ao inserir uma referência sobre o próprio dentro do filme. Classificado como thriller de mistério, “Between Worlds” é o segundo filme escrito e realizado pela espanhola Maria Pulera, consolidando a sua preferência pelo género.

Assim como o primeiro trabalho cinematográfico da realizadora, “Falsely Accused” (2016), esta produção não teve uma grande divulgação em Portugal – nem sequer título – mas os fãs do ator podem desfrutar de todas as expressões faciais exageradas que fazem dele único e adorado ou odiado por muitos.

Joe (Nicolas Cage) é um camionista excêntrico que luta diariamente consigo mesmo para conseguir esquecer eventos ocorridos no passado.

Quando decide descansar um pouco da viagem e pára num posto de abastecimento de uma pequena cidade – não identificada – dos Estados Unidos, encontra Julie, interpretada por Franka Potente, bem conhecida pelo seu papel em “Corre, Lola, Corre” (1998), um thriller alemão ambientado no mundo dos jogos e casinos sobre a história de uma mulher que recebe uma chamada do seu namorado a pedir dinheiro para ser salvo.

Após ter ajudado Julie na noite em que a conhecera, Joe atrasa-se na entrega da mercadoria e fica sem receber o pagamento; assim como perde o seu estimado camião. A personagem interpretada por Franka comove-se com a situação dele e convida-o para morar com ela e a sua filha por alguns dias.

A trama deste segundo trabalho de Maria Pulera começa a tomar forma quando Billie (Penelope Mitchell), a filha de Julie que acabara de retornar do hospital, passa a agir de forma diferente e coloca Joe numa situação delicada.

Assinada por Jason Solowsky, a banda sonora do filme atrapalha o diálogo entre as personagens e lembra-nos recorrentemente que se trata de um trabalho mal produzido quando um sintetizador dos anos 80 insiste em soar entre falas.

Tampouco se consegue evidenciar qualquer qualidade nos efeitos especiais ou no tratamento da imagem; uma peça da sétima arte produzida em 2018 mas que passa aquele sentimento único de que estamos a ver um filme feito há três décadas atrás.

Isto não quer dizer que não há valor de entretenimento em “Between Worlds”: ver um filme que propositadamente, ou não, traz uma atmosfera ‘trash’ para os olhos dos espectadores e que inclui Nicolas Cage sendo quase ele mesmo, faz com que tudo combine harmoniosamente.

A realizadora pode ter feito isto sem o intuito mas o que ela acertou em cheio foi na escolha do elenco, e o que não foi investido na edição, acabamento e produção, foi orçamentado para a contratação dos atores, Penelope Mitchell e Franka Potente fazem um trabalho excelente como mãe e filha. Os destaques vão portanto para este trio que tenta salvar a história com as suas atuações talentosas.

Penelope Mitchell ©Gage Skidmore

©Gage Skidmore

O espectador que deseja ver Nicolas Cage com seus cabelos longos da metade da cabeça para trás, como a personagem Cameron Poe em “Con Air” (1995), vai ter o prazer de visualizar um penteado bem parecido neste filme de Maria Pulera.

A parte que deixa explícita que este trabalho se trata de uma ode ao ator acontece depois de já termos visto mais de metade do filme, quando Joe recita em voz alta e a pedido da sua namorada o livro “Memories by Nicolas Cage”.

Talvez, num futuro próximo, esta realização de Pulera venha a se tornar uma obra de culto para aqueles que admiram a atuação de Cage. Johnny Depp começou a sua carreira com “Pesadelo em Elm Street” (1984) e Kevin Bacon atuou em “Sexta-Feira 13” (1980); hoje em dia há pessoas que vêem estes filmes só para encontrar estes atores no ecrã.

Nicolas Cage ©Nicolas Genin

©Nicolas Genin

Resumindo, “Between Worlds” é um filme com uma trama fácil de entender e previsível, para se ver numa tarde de chuva, quando não há nada melhor para fazer ou nenhum outro filme de Nicolas Cage para entreter os fãs do ator (ou dos memes feitos com ele).

Artigo publicado em parceria.


sobre o autor

Arte-Factos

A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)

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