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A estrear Rita Sedas na voz, o terceiro disco de Anarchicks é uma evolução criativa e musical, que cada vez mais apaga os limites que separam o rock do punk e do electro.
Entra a abrir, como um golpe impiedoso, rápido, de tirar o fôlego. Um pouco como os dias agitados que vivemos. Primeiro surgiu a melodia, que rapidamente apelou a temáticas mais desconcertantes. Dead AM (pode ler-se como dead I am) é um trocadilho, ilustra a letra, que enumera várias horas do nosso dia-a-dia, que culminam numa exaustão sem medida.
Esta música fala de um encounter amoroso, da adrenalina da conquista, dos raios e coriscos que os corpos disparam na direcção um do outro. Os acordes são sexys, com tiradas blues, a voz quente como que num rasgar de emoções que provocam palpitações carnais. Aconselhamos um copo de vinho para acompanhar a escuta desta cantiga.
Foi a primeira do álbum a ficar completa. Começou quase por ser uma brincadeira, cantávamos uma letra sem sentido com palavras aleatórias para acompanhar a criação da melodia. Quando chegou a altura de lhe colocar palavras reais apercebemo-nos do quão se tinha transformado numa música repleta de significado e sentimento. Fala sobre auto-imagem. Um vai e vem de discórdias dentro de nós mesmos.
Foi o primeiro single do disco porque muito rapidamente nos apaixonamos pela sua sonoridade gritante. A canção trata uma questão que para nós é muito pertinente e actual: identidade e aceitação. Aquela voz dissonante atrás do ouvido que te diz como te deves comportar para ser aceite. A dualidade entre o que somos e como os outros nos interpretam. Acabou por se transformar num statement sobre a liberdade de ser e a nossa incapacidade de caber nas caixas pré-definidas por pessoas que não nos representam.
Esta música surgiu de uma experiência com o nosso pad. Estávamos a explorar potenciais sons interessantes para futuras músicas até que demos de caras com aquela que é a linha melódica principal do tema. Tem reviravoltas de rompante, altos e baixos repentinos tanto no instrumental como na voz. Fala sobre o amor estar acima de tudo, sem excepções nem discriminações. É uma negação das regras sociais sobre amor e género, sobre a nossa liberdade de dar e receber amor.
Tema escolhido de forma unânime para segundo single. Tem uma vibe cativante, fica escondida atrás do teu ouvido e quando dás por ela, estás a cantarolar o refrão. Fala sobre comunicação, ou melhor, a falta dela. Um manifesto, um basta, um chega para lá na indiferença.
Os primeiros acordes foram de baixo, seguidos rapidamente pela bateria. Foi composta num ensaio a três a pensar na nossa amiga Mariana (claramente dona do título e musa inspiradora do tema) numa altura pouco feliz da vida dela. Queríamos fazer algo para a animar então o refrão original era algo como “Marianne stick to the plan!” em jeito de lembrete para se manter firme. Acabou por se tornar também ela numa das músicas mais sólidas do disco.
Festivaleira, toda ela festivaleira. Na verdade, foi inspirada no festival da canção e apela à igualdade. Somos todos iguais dentro da nossa desigualdade. Porque todos nós, de vez em quando, somos um bocado como toda a gente. Com um ritmo contagiante, vibrante, incessante não deixa ninguém indiferente aos seus ritmos frenéticos.
Vertiginosa é a palavra que define esta música. Cheia de ravinas e curvas apertadas.O mantra das vozes simboliza o burburinho dos nossos pensamentos; uma esquizofrenia de auto-culpa. Termina assim o disco, deixando como que uma cauda de incertezas para as novas aventuras que se seguem.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)