Bloody Hammers

The Summoning
2019 | Napalm Records | Doom metal, Rock gótico

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Se os Bloody Hammers ainda passam ao lado de muito ouvido que encontra conforto no doom mais acessível e com uma névoa gótica, é uma pena. “Lovely Sort of Death” de 2016, com os seus refrães ridiculamente orelhudos – “Infinite Gaze to the Sun” arruma para um canto muito êxito de rádio – e um riffalhão bem posicionado sempre que preciso – o daquela “Ether” – fizeram desse disco um dos melhores do género em tempos recentes e criou bastante antecipação para este novo “The Summoning.

Felizmente, a dupla do talentoso Anders Manga e da esposa Devallia mantém a fórmula de sucesso e a adoração pelo terror clássico para prestar homenagens que permitem a escuridão na atmosfera das canções, que não deixam de ter uma brecha de luz nas tais melodias viciantes. A fórmula mantém-se mas sem ser uma saturação ou um “mais do mesmo,” com uma nova remessa de grandes canções que prendam a atenção neste disco, sem ter que se recorrer a audições do anterior por um bocado. É em momentos mais metalizado, pesado e até rápido que o seu antecessor, sem deixar de se banhar num sedutor ambiente gótico que deve às clássicas referências de há três décadas atrás e a um darkwave repleto de sintetizadores, ao qual Manga já habituou no seu trabalho a solo. E quando “Let Sleeping Corpses Lie” entra e “Now the Screaming Starts” segue, já se confirma que vem aí novo conjunto de temas pegajosos, prontos a ficar alojados no ouvido a longo prazo.

Há esse factor-chave, que aliado a certos ambientes e introduções, possa até fazer lembrar uns Ghost, – “The Summoning” – há uma melancolia em adoração a Type O Negative, – “The Beast Is Coming Out” – não podia deixar de haver o rock gótico clássico que remonte a uns Sisters of Mercy ou Bauhaus, – “Welcome to Darkness” – há uma rapidez apunkalhada que em nada soa deslocada, – “Fire in the Dark” e “Take That Witness Madness” – por vezes até só querem ser uma banda de rock descontraída, – “From Beyond the Grave” – e até uma perninha de Johnny Cash, que também é uma figura incontornável em tudo o que seja mais dark e melancólico, entra – “Condemned, the Prisoner.” Mas o mais importante de tudo é que há uns Bloody Hammers no topo da sua forma, sem desiludir após deixarem a fasquia bem alta. Muita audição repetida pede este “The Summoning” e o casal da Carolina do Norte já sabe como nos deixar a ansiar um sucessor.

Músicas em destaque:

Let Sleeping Corpses Lie, Now the Screaming Starts, The Beast Is Coming Out

És capaz de gostar também de:

Ghost, Reverend Bizarre, Type O Negative


sobre o autor

Christopher Monteiro

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