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Havia um sketch do Herman Enciclopédia, do Lauro Dérmio, sobre o cinema 2 em 1. Ou seja, cinema que misturava dois filmes num só. Eis alguns exemplos: Alexandre O Gandhi ou Libertem o Bambi. Os exemplos são jocosos, no período áureo de Herman, mas este parece ser um dos problemas de Kollektivet (A Comuna)…
Por um lado, temos a convivência excêntrica de malta de meia-idade numa comuna dinamarquesa dos anos 70. Por outro, temos um triângulo amoroso freak (pelo menos, na forma como as personagens lidam com o assunto). Nada contra e houve, nos últimos anos, um belo filme que juntava as duas coisas. Era francês, chamava-se E Se Vivêssemos Todos Juntos e consistia numa residência de amigos… idosos. Só que aqui parece que as duas coisas estão muito desligadas.
Thomas Vinterberg fez parte do movimento Dogma 95, de Lars Von Trier, e voltou recentemente com uma obra-prima perturbadora chamada A Caça. É, portanto, um ás a mostrar as distorções e a maldade da condição humana, mesmo nas comunidades mais pequenas e enraizadas. Aqui optou por uma opção mais light e, por aí, nada contra. É um filme que mistura drama e comédia, com uma banda-sonora que vai misturando Elton John, Norah Jones (ou alguém parecida) ou folk dinamarquesa. Só que a mistura de estilos é feita de uma forma pouco equilibrada, apresentando um ciclo narrativo sem grande consistência. Vinterberg cria a comuna e, a espaços, parece que se esquece dela, centrando o filme no trio amoroso.
Posto isto, sobra um filme desigual, que explora pouco as personagens e não deixa muito espaço para que fiquemos agarrados a elas. Neste campo, o mais interessante são os miúdos. Em particular, o pequeno Vilads, com umas tiradas de humor deliciosas.