Destruction

Born to Perish
2019 | Nuclear Blast | Thrash metal

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Os Destruction, desde o seu segundo arranque no final da década de 90, que tiveram a pujança e a força de vontade para manter a assiduidade discográfica, de som igualmente agressivo mas mais renovado, deixando-se de importar com o adormecimento do thrash metal que os tivesse feito parar após uma influente, frutuosa e explosiva década de 80. É como se estivessem a adivinhar que o veloz género ia chegar a uma óptima nova fase, em que a malta da velha-guarda ia sacar de alguns dos seus melhores discos.

Born to Perish” é já o décimo-quarto álbum onde se encontra a experiência de quase quatro décadas de carreira na sapiência e mestria do género e não no cansaço ou no desgaste. A entrada de um novo baterista e injecção de um segundo guitarrista – já faz um tempo que eles não eram um quarteto – apenas renovou a energia, manteve a competência, mas reteve a identidade e sonoridade intocável, com Destruction a soar inevitavelmente a Destruction. Não é para reinventar nada, mas também não é para desleixar e deixar-se ficar relaxado a deixar as coisas fazer-se sozinhas com um punhado de riffs rápidos a justificar o rótulo. É um trabalho cuidado em trazer-nos malhas memoráveis, que conquistem a sua posição ao lado dos hinos – claro que não há outra “Mad Butcher” mas a grotesca arte do dito talhante não deixa de aparecer como tema – e até algumas das suas composições mais complexas, factor que pode realmente ser um “turn off” para alguns fãs, a longa duração de alguns dos temas.

Sem alcançar a magia dos clássicos, algo que já roça o impossível a esta altura do campeonato, é mais do que meramente competente e junta os Destruction a outros actos contemporâneos e conterrâneos na prova de que o thrash metal, feito como ele nasceu, ainda está na primeira divisão e tem nos seus veteranos bons representantes. “Born to Perish” é mais um bom argumento para, quando perguntarem como vai o thrash actualmente, podermos dizer que está mau, feio, rude, mal-disposto e cheio de bílis. Ou seja, está de óptima saúde.

Músicas em destaque:

Born to Perish, Butchered for Life, We Breed Evil

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sobre o autor

Christopher Monteiro

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