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Quando há separações azedas, o intriguista e mexeriqueiro ser humano não consegue evitar a analisar os dois lados e ver qual se está a dar melhor, quem é que precisava mais do outro, mesmo sem escolher um lado mas ainda mais quando já se firmou a apoiar um dos partidos. Um dos “divórcios” mais mediáticos continua a ser o dos Nightwish com a sua tão central e carismática vocalista Tarja e lá estamos todos, de olho aberto, a ver qual lado está melhor.
Tarja parece estar a desenrascar-se bem. Já tem mais anos a solo do que com a banda e, juntando todos os seus registos operáticos ou festivos, até já tem mais discos do que com os Nightwish. “In the Raw” será o quinto álbum de rock/metal, igualando então a conta dos que aprimorou com o seu contributo nos Nightwish. O influente colectivo Finlandês também sacudiu polémicas à sua volta e polarização de fãs e apresentou álbuns fortíssimos, alguns que até poderão constar no topo do seu catálogo. Por outro lado, já vão em duas vocalistas após esta senhora aqui e não têm conseguido ser tão prolíficos quanto ela. Mas também não há um Sol muito brilhante para a talentosa Diva Finlandesa: é que mesmo com álbuns mais regulares, não são tão notáveis, passam algo despercebidos e nunca chegam a alcançar sequer metade da pujança e sentimento dos clássicos da sua anterior banda. Vem “In the Raw” mudar isso? Não muda fórmula, não aponta para nenhuma viragem radical, não aparenta qualquer pretensiosismo ou necessidade de ir atrás do carácter mais épico das composições do seu ex-amigo e colega Holopainen. Tarja e a sua equipa não é de muitas ideias ou apenas se sente confortável com o que tem?
A tendência é para a segunda opção, há cuidado na escrita das canções e também no balanço. E até na faceta que prevaleça, que é a pesada, bem mais orientada para as guitarras do que para a parte operática e sinfónica. Acaba por ser o álbum mais pesado desde “What Lies Beneath,” até hoje a melhor proposta que Tarja assina em nome próprio. Não deixa de haver um sentido apurado para o mais complexo e progressivo como em “The Golden Chamber,” o exibicionismo operático e baladeiro de “You and I” a remontar à estreia “My Winter Storm,” ou as mais Nightwish-escas “Silent Masquerade” e “Shadow Play” que fecha o disco em grande. Ainda há colaborações como a de Bjorn Strid dos Soilwork em “Dead Promises” para um peso e agressividade extra e Cristina Scabbia em “Goodbye Stranger” para cumprir mais uma “dream combo” e dar-nos a canção mais melódica, moderna e até mais interessante. No seu todo, está dentro do que já conhecemos de Tarja anteriormente, com reacções que possam variar entre o mediano ou o perfeitamente competente. Se calhar só depende do lado em que estejam da custódia.
Goodbye Stranger, The Golden Chamber, Silent Masquerade
Nigthwish, é inevitável