//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
Por esta altura, Chelsea Wolfe já não precisa de qualquer tipo de introdução como uma das forças criativas mais relevantes da música obscura mais heterogénea contemporânea. “Birth of Violence” é o sexto disco de uma carreira impressionante e já é um registo no qual poderia fazer o que bem quisesse.
E o que Chelsea quis foi voltar à sua raiz, despir-se de experimentalismos pesados recentes, regressar à base acústica, trazer-nos um novo registo de folk. Antecedido por três tremendos discos que se aventuravam por paisagens mais pesadas, – e pode dizer-se progressivamente mais pesadas, com “Hiss Spun” a ser o culminar de toda uma força e densidade – não é por isso que “Birth of Violence” é o abrandar de coisa alguma ou alguma espécie de passo atrás. Se as canções já não devem ao doom e ao gótico ou até a experimentalismos sludge e industriais, não perdem qualquer ponta de escuridão e por muito intimista e sedutora que seja a sua voz, que sempre foi, e por muito dóceis que sejam as melodias, – “Deranged for Rock & Roll” tem que ser das melhores e mais cantaroláveis canções do ano – não deixa de haver um tom sombrio, uma melancolia palpável e não se perde qualquer intensidade em relação aos discos anteriores.
Acaba por reproduzir a nebulenta densidade de “Abyss,” os experimentalismos de “Pain Is Beauty,” mesmo que mais subtis, – audições repetidas permitem a descoberta de novos detalhes a cada canção, que não são só e apenas a voz e guitarra acústica de Wolfe, que não deixam de ser protagonistas – e até o peso e desconforto disfarçado em beleza que foi “Hiss Spun”. “Birth of Violence” acaba por nem se sentir como um retorno à raiz ou como um abrandamento, mantém-se ligado aos trabalhos anteriores e funciona como um sucessor lógico, com uma sonoridade oposta mas ainda com a vertente sendo a mesma. Apenas mais uma prova de que os talentos vocais, os dotes de compositora e o espectro musical de Chelsea Wolfe conhecem os mesmos tipos de limites.
American Darkness, Deranged for Rock & Roll, Dirt Universe
Emma Ruth Rundle, Anna Von Hausswolff, King Dude