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“Uma Vida Anunciada“, o segundo disco dos LaGardère, editado no passado dia 8 de Novembro, dá seguimento a um percurso de quem parece estar cá para ficar.
É um disco sentido, que resulta de um período de intensa criatividade e convívio musical por parte do trio lisboeta, encontrando-os mais instalados na sua pele, mais seguros do que querem e mais próximos de quem os ouve.
Decidimos começar o disco com esta música porque retrata bem o sentimento que tínhamos no início deste ano, quando o começámos a escrever.
Fala sobre duas pessoas que pensam uma na outra e que medem o que têm a ganhar e a perder. É o momento em que alguma coisa realmente importante começa e em que nos pomos a fazer contas à vida.
No fim de contas, vale sempre mais a pena que o caso seja sério porque não estamos cá só para gastar o tempo que temos.
Quase todos os dias temos um pouco de açúcar nas nossas vidas. Quer seja aqui ou ali. Mas de vez em quando este açúcar, de que gostamos muito, sabe a pouco, é muito corriqueiro, muito branquinho.
Felizmente, existe também o açúcar preto que, embora seja bem mais forte, sabe bem de vez em quando, para nos aliviar da rotina. Por isso mesmo, decidimos fazer-lhe esta homenagem, em jeito de agradecimento pelos dias em que tanto nos alegrou.
Foi uma música que começou com a vontade de fazer alguma coisa inspirada em ritmos de Hip Hop e que acabou por evoluir bastante na fase da produção. Fala sobre o momento em que temos de deixar para trás o que passou e virar a página.
Queríamos escrever uma música o mais despida e inocente possível, que nos transportasse para uma dimensão diferente. Acabámos por conseguir issomesmo, porque esta Marinela é muito simples e muito desprovida de artifícios. Conta a história dos primeiros namoros de Liceu (Francês) quando tínhamos 12, 13 anose que nos marcaram para sempre na forma como continuamos a viver estas coisas. A expectativa e o nãosaber se ia dar certo, a secura na goela, a espera de sentinela. E, o mais intimidante de tudo, os pais à espreita na janela.
Surgiu graças aquilo que nós chamamos“pica de ensaio”. É uma daquelas músicas em que tudo é feito à primeira e que vive muito do feeling. Ou seja, é totalmente genuína porque não estivemos preocupados em fazer grandes correções: deixámo-nos levar por ela e o resultado final demonstra isso mesmo.
Por outro lado, de certa forma faz também uma ligação entre os LaGardère do primeiro disco e os Lagardère do segundo disco, no sentido em que tem bastantes traços tropicais, que são muito característicos no nosso primeiro disco.
Foi o primeiro single deste disco e foi também a primeira música a ser composta (em meados de Janeiro). É muito frenética e passa por vários estados de alma: vai desde um refrão bastante cheio com sintetizadores até uma parte acapella, a fazer lembrar cantares alentejanos.
Fala sobre a Bianca Dalí, uma querida amiga nossa que é conhecida por ser um pouco lunática e que nos fez o favor de não se zangar por termos escrito esta música sobre ela.
Fala sobre a moda de enfiar o mundo inteiro num saco bem comportadinho. As pessoas que só sabem ter discursos estudados e que no fundo são uma chama apagada. Os amores encenados porque toda gente faz assim e porque se não o que vão pensar. Os sorrisos forçados porque nunca se sabe quando vamos precisar de uma ajudinha… Enfim, tentámos não ser demasiado panfletários ou óbvios a falar sobre isto mas era um assunto que tinha de estar presente no disco.
O disco tinha de acabar com esta música. Em primeiro porque tem um belíssimo arranjo de cordas, tocado por um incrível quarteto e em segundo porque transmite a ideia que sentimos ao viver esta viagem: “Amanhã há-de ser um prazer”. O que nos interessa é viver o bem e o mal, o ouro e a prata, o choro e o riso. E foi isso que fizemos ao longo deste ano e que ficou para sempre gravado neste disco do qual estamos muito orgulhosos.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)