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“Banalization of Evil” posiciona-se num período temporal em que os sentimentos e emoções têm que ser mistos. Por um lado positivo, não há qualquer dúvida de que os Simbiose são dos maiores veteranos e representantes da música extrema de língua afiada e voltada aos temas sociais em território nacional. Por outro, que justifica sempre a existência desta música, atravessa-se uma bizarra e conturbada era política e social, de contornos surreais. E um lado bem mais negativo, é o primeiro disco desde a inesperada perda do baixista Bifes.
Tudo misturado tem que originar inspiração para uma palete variada no que diz respeito à temática da raiva, por muito uniforme e semelhante a discos anteriores da banda Lisboeta que “Banalization of Evil” seja. É tão directo quanto se espera e quer, com a sujidade do crust a servir de principal alicerce para toda a descarga de atitude punk, peso de thrash e muitas pisaduras de grindcore e death metal. Corresponde ao que a banda já habituou e ao legado que deixam para trás, assim como corresponde ao estado emocional, indignado, raivoso e não conformista de uma banda que assinou temas sem tento na língua como “Portugal em Chamas”, “Anarquia Já” ou “Metal Não É Fascismo”.
“Intolerante”, “Refugiados” ou “Medo de Mudar” são apenas meros exemplos, assim como os supracitados, daquilo que se associa aos veteranos e que constituem este multi-linguístico álbum que não procura impressionar pela inovação ou recriação. A pujança, se não está igual a sempre, é porque se ampliou ainda mais e o estouro imediato que são as entradas “Intolerante” e “Reuse” como manuais de instruções para crust metalizado, o sabor a punk velho de “É a Vida,” a participação de Juan dos Soziedad Alkoholika em “Na Mão de Estranhos”, o meio-termo em velocidade de “The Age of Glorious Deaths”, o riffalhão de “Realidade”, os surpreendentes cinco minutos da construtiva “Violent Minds” e todas as sementes de thrash metal old school e injecções de Napalm Death só provam que “Banalization of Evil” tem os Simbiose em assustadora forma e parece sobrar muito fôlego para mais. Em pouco mais de meia hora, está cá uma belíssima castanhada montada. Com um muito afectivo abraço ao saudoso Bifes!
The Age of Glorious Deaths, Realidade, Violent Minds
Extreme Noise Terror, Booby Trap, Napalm Death