Toxikull

Cursed and Punished
2019 | Metal on Metal Records | Heavy/speed metal

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Já está tudo mais que inventado. E olhar para o passado até costuma ser fixe, os tempos presente e futuro bem devem ser muito negros que parecemos estar cada vez mais nostálgicos. E há muitas formas de isso se manifestar. Algumas simplesmente dão gozo, como dá esperar que alguém classifique este “Cursed and Punished” dos Toxikull como um disco bem jeitoso saído de terras Britânicas na década de 80. O gozo está em corrigir e dizer que não, esta malta é de Cascais e editaram isto em 2019.

Seja em modo tributo às referências ou num modo tongue-in-cheek celebratório de uma sonoridade clássica, o que importa é a execução, já que também não se procura qualquer inovação ou novidade. E “Cursed and Punished” confirma que os Toxikull chegarão além de um nome representativo de uma onda revivalista nacional e será mesmo um nome a ter em conta em todo o panorama pesado no nosso país. “Speed Blood Metal” suplica no seu simples refrão “Give me speed, give me blood, give me metal”. E apesar de estarem eles a pedi-lo, são eles que nos dão. O speed metal de raiz com uma perna no já mais extremo thrash e outra na célebre NWOBHM traz-nos os riffs rápidos e cheios de garra, a premir o acelerador a fundo para uma dose curta e directa de música de peso como já mandou a tradição, com falsetes ao rubro, – “In the Name of Evil” é entrada nisso de cabeça – um refrão simples que dê para entoar nas pausas dos abanares de cabeça e solos virtuosos.

Por previsível que seja para quem já os conhece, não vêm para enganar ninguém, os Toxikull não sentem qualquer obrigação de “apanhar os tempos” se já fugiram deles para fazer o que fazem. E, apesar de exclamarem tão alto quanto os seus refrães épicos as suas referências, vai-se já sentido traços de identidade. As influências de Judas Priest ou Helloween são mais que óbvias, podiam fazer par internacional com os Enforcer mas também não se deixam ficar por essa veia e deixam entrar uma escuridão de Mercyful Fate e deixam-se pender para uma faceta mais extrema que os possa aproximar de outras referências como os nossos vizinhos Omission. Tudo dá num disco que, sem surpresas e ainda a assemelhar-se a outros do género, vale a pena ter em destaque no panorama revivalista nacional e não só. E talvez “revivalista” seja um palavrão feio. Chamemos-lhe intemporal.

Músicas em destaque:

Helluminate, Speed Blood Metal, In the Name of Evil

És capaz de gostar também de:

Midnight Priest, Enforcer, Deathhammer


sobre o autor

Christopher Monteiro

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