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Se calhar já é irreversível. E por muito estado de emergência ambiental que se declare, terá sempre que existir detractores que preferem tapar os olhos ao que está à frente deles por razões de ganância, cega aliança ou simplesmente para ser do contra. O certo é que isto não vai para melhor e a muitos resta a esperança. Para os Cattle Decapitation? Já não há esperança, é irreversível, vamos todos para a choça e até é merecido. É difícil discordar deles, ainda para mais com a forma como o têm vindo a defender nos mais recentes discos, que chegam a este “Death Atlas.”
E à medida que parecemos caminhar para o fim e o mundo mais parece involuir com tanta evolução, quem realmente progride mesmo são os Cattle Decapitation e a sua marca única de deathgrind, cada vez mais rico e influenciado por outros factores que tornam a música destas preocupadas bestas cada vez mais grandiosa. Ou algo que realmente se encaixa com a sua mensagem: música cada vez mais apocalíptica. Os riffalhões que para aqui vão já fazem disto automaticamente um disco de grind de destaque – e quem faz o breakdown de “Bring Back the Plague” tem que estar nervoso com alguma coisa realmente – mas há muito mais, há todo um factor atmosférico, há uma aura nas canções que nos leva, de facto, a um “julgamento final”. Que fique a nota que, caso a pobre Terra com tanto potencial que tinha, já não der para mais, a coisa não vai ser bonita e é inevitável considerar que se assemelhe ao que “Death Atlas” soa.
Sempre com uma velocidade e ferocidade estonteante, o caos que mistura vários tipos de ruídos de death metal e grindcore, sem negar mesmo samples industriais, black metal e lentidão de doom remonta a uns igualmente armagedónicos Anaal Nathrakh, mas na verdade é a identidade cada vez mais vincada dos Cattle Decapitation. Uma tremenda cerejona encima desse bolo, que inevitavelmente é um pormenor de destaque, é o factor melódico, presente na voz do cada vez mais impressionante e versátil Travis Ryan, cuja sua “berraria limpa” num arrepiante refrão ainda é inigualável, imediatamente identificável e um toque de Midas nas já medonhas canções. A sua peculiaridade também pode afugentar, mas passada a aprendizagem, é impossível ficar indiferente ao impacto de canções como “Be Still Our Bleeding Hearts“, “One Day Closer to the End of the World“, “Bring Back the Plague” ou a aterradora “With All Disrespect”. Cada vez mais tresloucada, esta gente de fortes ideais e “Death Atlas” é um estrondoso aviso. Mas não deixa de trazer também algum desânimo: sem mundo também não pode haver mais discos dos Cattle Decapitation.
Bring Back the Plague, With All Disrespect, Death Atlas
Aborted, Anaal Nathrakh, Devourment