Midnight

Rebirth by Blasphemy
2020 | Metal Blade Records | Heavy / Speed / Black metal

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Há muita coisa que se quer simples e directa ao assunto. Gostamos sempre de ser apanhados por algo inovador e há aquela coisa que cai na repetição e no arrasto. Mas há muita coisa que, louvem-se todas as suas mutações, sabe sempre bem tê-la na sua forma pura e crua. Com certeza concordará Athenar, solitário mentor encapuzado do projecto Midnight, que já se fez notar com discos que trazem do mais sujo e tradicional metal apunkalhado – ou punk metalizado? – como se ainda se estivesse a entrar na década de 80.

Com “Rebirth by Blasphemy” há um contrato com a Metal Blade, uma editora de nome maior, há mais notoriedade e há uma melhor produção. Já para acalmar os temores, não está aí razão para pânico, apesar do título, não houve propriamente um “rebirth” mas continua cheio de “blasphemy.” Não temos um disco polidinho, a podridão está lá toda, só mais perceptível, assim como também fica mais claro acompanhar Athenar a blasfemar. O álbum soa ao que os Midnight nos habituaram, possivelmente superando-se a si mesmos. Logo a faixa introdutória já diz para o que vem: o riff sujo e rápido entra a sangue frio e vai directo ao pescoço, escarram-se umas exclamações a pedir acompanhamento e estamos novamente a fundir o punk com o heavy metal, à descoberta de formas de o tornar extremo. Além disso, o tema chama-se “Fucking Speed and Darkness”, uma descrição bastante rigorosa destes breves mas intensos 33 minutos.

Rebirth by Darkness” é disco que podem chamar de heavy metal, speed metal, thrash ou black metal como ditava a primeira onda, punk, ou só chamar-lhe um discaço de metal ou uma rockalhada, sem mais floreados. Não por ser qualquer espécie de salganhada de qualquer coisa, mas por existir um ponto em que todos esses géneros se encontram. Um ponto imundo que soa exactamente a este “Rebirth by Darkness,” que nem só de podridão se faz e Athenar quer que difamem com ele, recorrendo ao refrão fácil e eficaz como o da faixa de abertura, “Escape the Grave” ou “Warning from the Reaper”. Há muito Motörhead, há mesmo muito Venom, há Possessed, há Hellhammer. Mas como antigamente também se era mauzão com muito cabedal, isto também está cheio de Judas Priest e Iron Maiden – especialmente da fase inicial. E está bem cheio de Midnight. Simples, directo, mau, feio, malcriado, todas essas qualidades. Nada de invenções de roda. Mesmo que nos quiséssemos queixar, o pescoço dói demasiado para estar a ralar com isso.

Músicas em destaque:

Fucking Speed and Darkness, Escape the Grave, Warning from the Reaper

És capaz de gostar também de:

Venom, Possessed, Motörhead


sobre o autor

Christopher Monteiro

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