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Há pouco mais de um ano quando lançámos o nosso primeiro EP queríamos imenso apresentar o projeto aos media e tocar ao vivo. Mas depois debatemo-nos com a realidade de percorrer o país, crescer com as adversidades, responsabilidades e lidar com os problemas que foram surgindo. E bater de frente em muitas circunstâncias.
O Sal Y Amore é a genuína representação deste momentum.
O disco abre com este drone instrumental tal como abrimos os nossos concertos, um crescendo do silêncio à abstração e ausência de forma. Produzir este disco com o André Isidro (Treehouses 2299, Ditch Days, Basset Hounds) atira este momentum inicial para o wall of sound do Shoegaze e do Kraut, do Psicadélico e muito frequentemente ao vivo cantamos a história deste rio.
É a primeira música, per se, do disco depois do intro e é a malha com que abrimos os gigs. Quando a banda entra distende a tensão criada com a River desdobrando-se num prisma stoner, psicadélico e post rock. A música é um loop negro contínuo que fala sobre um tipo perdido nas suas deambulações, sem decisões tomadas e um exemplo do sufoco e da ansiedade em querer experimentar tudo ao mesmo tempo.
A Veera foi composta no verão de 2018 em Tavira, na semana em que lançámos o nosso primeiro single, Go Home. Para nós foi um pouco overwhelming começar a ouvir os media e tanta gente a falar de nós e numa fase de processar isso com uma pontinha de vaidade inocente à mistura, a Veera surgiu como hino à contemplação e à expansão. Eu estava mega interessado no misticismo oriental e na ideia da possível reciprocidade no amor, daí que a música toque na seguinte temática ‘Não interessa o que faças ou quem és, eles vão te amar de qualquer das formas. Menos a Veera, que não é louca, só não é como tu.
A Feeling Tired é o primeiro Single do Sal Y Amore e foi também o primeiro Single que lançámos depois do nosso EP. Marca a transição para esta fase post punk e garage, bastante mais presente neste disco. Não tivemos muitas dúvidas sobre esta escolha para o primeira amostra pois sempre foi uma música que ao vivo interage bastante com o público muito devido ao facto de força do segundo verso. E dos baby’s claro.
Houve algumas reticências em colocar esta música no disco, por ser a primeira malha composta para o novo disco sentimos que não era crescida o suficiente. Uns dias antes de entrarmos em estúdio andámos ali a tentar umas mudanças e cada vez que pegávamos nela embarcávamos numa versão mais esotérica. Ao vivo tocávamos a versão simples. E a versão de estúdio acabou por ser uma bela surpresa.
Este é o segundo momento instrumental do disco, um pulsar de sintetizadores que dá sequência à frase “I’ll be sitting and drinking, drinking, drinking…”
Na Tour do nosso EP tivemos uma noite extremamente bizarra. Tocámos com os Bongo Club, uma banda sueca no Side B, em Alenquer. A sala estava vazia, demos um mega concerto, fizemos uma tatuagem no backstage e terminamos a noite num hostel com um forte cheiro a incenso, que descobrimos ser Palo Santo a ser queimado. Então levamos esse cheiro a 70s para o estúdio e experimentamos nessa linha. Dividimos a música em 2 (Santo Palo x Palo Santo)
Esta música faz parte da anterior, continuando-a e por isso não a pensamos separada. É mesmo curioso porque no início da banda tivemos uma fase em que gramávamos imenso de bandas de Prog e parece que esta malha é uma referência a isso.
Bem, esta música é assumidamente sobre a ex-namorada do Simon e sobre o fim lastimoso da relação deles. Surgiu de um retalho, que é uma frase que se completa a si própria “A picture of me in my bed smiling all the time to you its what i see, and you and me, and a picture (…)”. E durante muito tempo foi só isso. Mas a letra em perspetiva e com o tempo ganhou um significado superior e escreveu-se sozinha. É uma música sobre redenção e um pedido de desculpas a nu.
E por fim, a Circles. Sobre aceitação da vida que se tem – Sometimes you don’t get what you want – e pessoalmente sobre o limbo constante em que uma pessoa está enquanto constrói a sua personalidade. É a música mais frenética do disco, com mais nervo, e que melhor define a transição para esta fase mais ácida da banda. E das que mais define o que é Grand Sun ao vivo.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)