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O “Ten” já foi feito e vale muito a pena revisitá-lo sempre que possível. O que não serve de muito é tentar recriá-lo e isso, pelo menos, os Pearl Jam sempre o souberam. Neste presente século, a camisa de flanela foi lavada para um rock mais maduro que, mantendo-os com algum conforto, ainda lhes permite criar hinos de estádio e dar-lhes um permanente estatuto de relevância. Mas passado algum tempo a jogar assim, era “Gigaton” o álbum necessário ou era preciso algo mais acolhedor como outro “Riot Act” ou “Backspacer”?
Cada um terá a sua canção favorita dos Pearl Jam e cada um terá a sua diferente razão para que seja a “Black.” Têm várias fases para conquistar fãs numa nova geração. Mas o susto pode considerar-se geral quando “Dance of the Clairvoyants” chegou cá fora. Vinha para colocar malta a dançar e não é esse o hábito. Novos singles a aproximar os Pearl Jam daquilo que os fez esgotar salas pelo mundo fora vieram acalmar mas também deixar a dúvida em relação a “Gigaton.” Vinha aí alguma mixórdia, com cheiros a crise de meia-idade com tentativas forçadas de modernizar? Isso pode tocar a todos. Mas, com a hora de duração do disco passada, percebemos que afinal é dos álbuns mais inventivos dos Pearl Jam, se não o mais, com experiências bem sucedidas e identidade intocável. Como acontece em muitos casos, esmorece na segunda metade, onde concentra a faceta mais calma e baladeira, e perde algum ímpeto. Mas, a cada nova audição, crescendo, tem todo o potencial para ser dos mais interessantes no seu catálogo desde “No Code” ou até mesmo “Vitalogy.”
Não é muito claro em relação ao futuro, se estas experiências e reinvenções são para levar para a frente num próximo álbum, se apenas abre as portas para outras completamente diferentes ou se é para voltar ao mais básico e cru à “Lightning Bolt.” Aqui pelo “Gigaton” há surpresas como a tal dança de “Dance of the Clairvoyants,” há passeios pelo post-punk, por onde já andaram, influências que antecedam os seus próprios tempos, uma rockalhada forte e directa quando é preciso, – “Never Destination” é prima directa da “World Wide Suicide” – a folk acústica, como se ouve numa “Comes Then Goes,” que esta malta não deixa de idolatrar Neil Young e uma “River Cross” a cumprir a lei de fechar o disco com chave melancólica. Voltando ao início, não vale a pena estar a tentar recriar o passado agora. E reinventar muito também pode dar asneira. Mas “Gigaton” é um álbum criativo, arriscado q.b. e a valer a pena a insistência nas suas audições e no consumo daquelas músicas que façam mais confusão.
Who Ever Said, Dance of the Clairvoyants, Seven O’Clock
Ainda os bons e velhos Pearl Jam, sem pânico