Witchcraft

Black Metal
2020 | Nuclear Blast | Folk rock acústico

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Não, isto não é um álbum de black metal, arrumemos já isso. Também não é uma daquelas brincadeiras parvas à Six Feet Under de tocar álbuns na íntegra, portanto também não há aqui qualquer tributo aos Venom. É só um título incompreensível para um disco igualmente incompreensível depois de chegar ao fim da confusa audição. Os rótulos lêem “black metal” e “Witchcraft” mas o raio do álbum nada tem a ver com uma coisa ou com a outra.

A explicação pretensiosa de Magnus Pelander de que qualquer um já deveria perceber imediatamente qual o significado do obviamente irónico título reflecte-se na música que Pelander ficou a fazer sozinho: uma monótona meia hora de música acústica que Pelander se recusou a lançar em nome próprio e estampou-lhe o rótulo “Witchcraft” para despistar e desapontar fãs que já os tinham destacado entre as propostas de topo do revivalismo do doom metal e rock psicadélico ocultista. Longe de insinuar que eles devessem estar sempre iguais ou que não desse para fazer um álbum acústico bem jeitoso, mas este arrasto de atmosfera e sentimentalismo nulos não justifica cada desafinadela da voz de Pelander, os oito minutos de “Grow” ou a falta de letras realmente emocionais como deviam ser, especialmente para alguém que já vestiu o traje do doom metal, e aqui tem títulos tão profundos como “Sad People”… ou “Sad Dog.”

Há maneiras diferentes de se ouvir este folk, chamemos-lhe assim. Tanto se pode ouvir cada dedilhar mínimo na guitarra acústica como um afagar no já conhecido ego de Magnus Pelander, como se pode ouvir na voz de Jeff Buckley de marca branca um grito de revolta de alguém que se viu sozinho e com uma obrigação contratual a cumprir. No geral, o que sai é um soporífero que seria um disco a solo fraco e que, com o nome Witchcraft, só roça o penoso. “But now you’re probably tired of listening to my requiem” chora ele em “Free Country” e sempre podemos estar de acordo com ele em algum momento. Isto até é coisa que já tenha sido feita por malta como Buzz Osborne, – que nem devia estar a ser para aqui chamado – Scott Kelly ou Jonathan Hultén dos Tribulation, que felizmente tem novo disco para compensar este, assim como uma data de outros músicos. E “Black Metal” é tipo isso mas em muito fraquinho.

Músicas em destaque:

Elegantly Expressed Depression

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sobre o autor

Christopher Monteiro

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