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Então a anteceder este novo disco dos Lamb of God temos a maior fenda temporal discográfica, – não conta a edição como Burn the Priest pelo meio, totalizando cinco anos – a surpreendente saída do nuclear baterista Chris Adler e adiamento do lançamento por aquelas razões que bem sabemos e das quais já estamos fartos. As chatices da praxe são rápidas de se enumerar.
Mas são tudo más notícias? Não e pode pegar-se na imediata simplicidade do título. Ao manter-se auto-intitulado serve de perfeito cartão de visita para aquilo que os Lamb of God andam a fazer desde que apareceram e surpreenderam. A definição da sua sonoridade própria, do thrash moderno encharcado de groove, a pegar na herança dos Pantera e a injectar-lhe uma outra garra e pujança. Mas já toda a gente sabe como soam os Lamb of God para fazer essas descrições obsoletas, o reforço a fazer-se nestas linhas é de que talvez esteja aqui a sua escrita de canções mais focada e coesa, com experimentalismos subtis para que tudo aqui soe familiar mas não esteja aqui outro “As the Palaces Burn” chapado. Os louvores vão principalmente para Randy Blythe, já uma figura incontornável da música de peso, por constante evolução na escrita de letras e na voz que já foge para a limpa e para o spoken word, sem deixar de ser aquela berraria ampla imediatamente reconhecível e que ainda vemos, todos os meses, uma banda nova com alguém a tentar imitá-lo; e para o novo baterista Art Cruz, adaptadíssimo aos sapatos grandes que teve que preencher.
Fora o “tudo no sítio” e em bela forma, não há realmente algo que torne este “self-titled” especial, está cheio de sangue na guelra mas ainda joga pelo seguro. Não está ainda descuidado e até deve ser o conjunto de onde se tiram mais candidatas a clássicos desde “Wrath,” – “Memento Mori” é uma das suas melhores canções e “Resurrection Man” uma das mais pesadas, já “On the Hook” soa demasiado parecida com “Set to Fail” – com convidados a acrescentar pouco: Jamey Jasta dos Hatebreed em “Poison Dream,” a que mais se aproxima de um metalcore mais moderno e juvenil, e Chuck Billy dos Testament a arrastar “Routes” para a velha-guarda. E não pende para muito mais que esses dois lados. E até o podem fazer. Que essa “new wave” do metal Americano não é assim tão “new” e os Lamb of God já são veteranos. E se a sua fórmula já foi copiada por muitos ao ponto do enjoo, ainda é deles e ainda são eles quem a sabe usar e moldar melhor.
Memento Mori, Resurrection Man, Bloodshot Eyes
Heaven Shall Burn, DevilDriver, Machine Head