Protest the Hero

Palimpsest
2020 | Spinefarm Records | Metal progressivo

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Muitas evidências de que “Palimpsest” é um disco contemporâneo. A parte óbvia é o conceito, voltado para o “Americanismo” moderno e todas as supostas maravilhas de uma América pós-MAGA, sem o brilho exterior que muitos ainda acham que tem. Além disso, também soa ao que os Protest the Hero prometiam soar ao quinto disco e com uma larga fenda discográfica a antecedê-lo.

Nada de excepcional ou radicalmente diferente da forma como começaram, mantendo aquela proximidade com o revelador “Fortress” mas de forma mais madura, acalmando-se na parte berrada e gutural da voz que tem vindo a ficar quase exclusivamente limpa nos últimos registos e nos devaneios matemáticos de padrões estonteantes à The Dillinger Escape Plan, mantendo toda a técnica nos riffs, bem regados de melodia também. Os tiques que os associam a vários palavrões acabados em “core” também vão ficando para trás e as canções permitem-se abrir mais, apreciar e entranhar mais, sem ser só um debitar de técnica e, como todos os que gostam de fazer coisas soar ambiciosas e grandiosas, lá temos orquestras a abrir em grande e a fazer os interlúdios funcionar muito bem, por muito que se questione a sua necessidade.

Estão lá também para se descansar um bocado que, por muito difícil que seja imaginar isso, “Palimpsest” ainda se sujeita a ser o álbum mais enérgico destes Canadianos. Ajudado pelo conceito, sente-se mais emoção crua nestas canções, mais surpreendentemente cantaroláveis que o esperado, do que no anterior “Volition.” No final, talvez “Palimpsest” seja exactamente aquilo que “Volition” queria ser, sem retirar nada a esse naturalíssimo antecessor. A liderar isso tudo está a performance vocal de Rody Walker, que ninguém diria que tivesse tido problemas de garganta há uns anos atrás, com uma das suas mais exibicionistas amostras de alcance e fôlego, mantendo aquele tom demasiado agudo que pode ser um acquired taste para muitos. Tresloucados mas assentes na terra, – uma maneira de descrever estas canções – têm um percurso comparável ao de uns Between the Buried and Me. E, como eles, podem ter uma vertente muito moderna da música progressiva que não agrade aos seus tradicionalistas. No que diz respeito ao prog moderno… “Palimpsest” serve de bom manual.

Músicas em destaque:

From the Sky, The Fireside, Little Snakes

És capaz de gostar também de:

Between the Buried and Me, Coheed and Cambria, Periphery


sobre o autor

Christopher Monteiro

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