//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
Há uma enorme probabilidade de já ninguém estar assim tão pouco familiarizado com os Alestorm ao ponto de não saber para o que vai. Pura borga, diversão, cantarolar taberneiro fácil e muita pirataria. Bem mais humorísticos que os Running Wild e com mais festa na sua sonoridade que os igualmente cómicos mas mais dissonantes Swashbuckle. Se aceitarmos o “pirate metal” como um subgénero real, é seguro que lhes seja atribuído e que volte a ser um termo adequado para toda a parvoíce que se passa em “Curse of the Crystal Coconut,” título que nos deixa uma ideia do que está para vir.
De lembrar que eles nem sempre foram assim tão apatetados. Inicialmente o tributo à pirataria de outros tempos era feito com mais celebração mas um óbvio tongue-in-cheek, era impossível levar muito a sério uma data de gajos vestidos de piratas a cantar sobre isso mesmo em música pesada folclórica altamente enérgica. Mas como eles sempre se estiveram a borrifar para o que está certo ou não, começaram a descambar com as covers de Jason DeRulo e títulos como “Fucked with an Anchor.” Com este novo disco já não restam dúvidas de que sejam um acto de comédia. Continuam a ser um bando de piratas perigosos – dizem eles “We are the pirate metal drinking crew, we don’t give a fuck, we think you all suck” em “Pirate Metal Drinking Crew” – mas com a maturidade para versos como “Your pirate ship can eat a giant bag of dicks” em “Shit Boat (No Fans),” um videoclip como o de “Treasure Chest Party Quest,” um tema regado de hip hop como “Tortuga” – estes dois a causar o susto do fã que entende a piada mas acha que ela não deve ir longe demais – e até uma canção tão agradável para o tema que tem, como “Zombies Ate My Pirate Ship.”
É o pico de toda a boa disposição, palhaçada, bebedeira, risota a que os Alestorm tinham vindo a habituar, aqui ampliada e a pedir o tão aguardado regresso aos palcos para ser a festa do costume. Sem perder qualquer competência no folk metal, – este será um dos registos mais ricos na parte folclórica, com um bom leque de convidados – no power metal que mantém os temas épicos, por muito parvos que sejam, ou até no peso com a (hilariante) estória contada em “Wooden Leg Part 2 (The Woodening)” a fazer abanar umas cabeças pelo meio das risadas e levantar de copos. A definição de não levar nada a sério, mesmo que dê para o fazer musicalmente. Agora vêm os cuidados: se este é o culminar de toda a borga que são os Alestorm, torna-se agora facilmente descer. É quase unânime que há demasiados filmes dos “Piratas das Caraíbas” e até uma anime como o “One Piece” com mais de vinte anos e quase mil episódios começa a enjoar com tanto chouriço. Falta saber se estes piratas aqui não vêem a sua gimmick também muito gasta daqui a nada.
Zombies Ate My Pirate Ship, Pirate Metal Drinking Crew, Wooden Leg Part 2 (The Woodening)
Swashbuckle, Running Wild. Gloryhammer