Dark Tranquillity

Moment
2020 | Century Media Records | Death metal melódico

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Moment” completa a dúzia de longa-durações dos Dark Tranquillity afastando, ao safanão, a ideia de que a longevidade pesa sempre. Até lhes assegura ainda mais um posto no topo da cadeia do death metal melódico do berçário de Gotenburgo. Um feito só por si: capazes de fazer um disco verdadeiramente entusiasmante dentro de um género saturado, capazes de jogar bem com a diferença entre a fidelidade e a estagnação. “Moment,” agressivo quanto seja, é um álbum reconfortante.

Porque até se pode tornar complicado para o fã do death metal dessa categoria melódica ter para onde se voltar. Os In Flames… Onde eles já vão. Os Arch Enemy, o que mais servem agora são umas boas pratadas de arroz, os Soilwork também já são outra banda diferente, e a gimmick dos Amon Amarth pode tornar-se já muito tacky e, a este ponto, um pouco corriqueira. Os Hypocrisy andavam aí, mas com propostas magríssimas e já faz um tempo que se ouça algo novo e agora até se pode ter os At the Gates outra vez, mas durante muitos anos não havia. Então com quem é que o fã acérrimo deste death metal floreado com riffs melódicos de fonte tradicional podia contar? Com os Dark Tranquillity, sempre. A falta de pontos flagrantemente baixos ajuda-os a ter boa expectativa para “Moment,” que deixa a vontade de surpreender de lado, para realmente clamar o seu lugar como uns dos principais sobreviventes com uma sonoridade fiel à sua origem mas capaz de se modernizar.

Podia ser álbum para agitar as águas com as saídas de guitarristas e membros originais. Mas os novos membros são só novos na banda porque são tudo menos novatos. Tratam-se do veterano Christopher Amott e Johan Reinholdz, também ele de currículo vasto. Portanto a essência está intacta, se é que não fortaleceu. Revisita um passado pesadão com “Identical to None” e até umas experiências mais góticas que todos tinham que fazer ao virar do milénio, com “Standstill,” “Eyes of the World” ou “In Truth Divided” a lembrar uns Katatonia e até o clamor de como soa esta onda conterrânea com uma “Failstate” a sugerir-nos como seriam os Amon Amarth com sintetizadores. Com pontos mais altos do que outros, alguma gordura, mas um disco cortante de fazer agarrar com bons ganchos, riffs como mandam a lei de Gotemburgo e refrães tão melódicos que se cantam, – à maneira de Mikael Stanne – mas que já nem estranhamos a esta altura. E nem são só os fãs do melodeath Sueco que podem contar com os Dark Tranquillity.

Músicas em destaque:

Phantom Days, Identical to None, Failstate

És capaz de gostar também de:

In Flames, At the Gates, Insomnium


sobre o autor

Christopher Monteiro

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