ThrashWall

ThrashWall
2020 | Firecum Records | Thrash metal

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A inovação é fixe e gostamos sempre de levar com algo que nos surpreenda pela originalidade. Gostamos de ver o esforço em criar algo novo e há sempre aqueles quebrares de barreiras que causam influências e cuja personalidade distinguiremos sempre. Fora casos flagrantes de quem se esforce demais, parece ser sempre para aí que mais dirigimos os louvores. Mas de vez em quando também gostamos de descansar e pegar em algo simples. Uma descarga assim bem aplicada de princípio ao fim, a brilhar pela competência.

Estes chamam-se ThrashWall e já por aí se percebe o quanto estes recém-aparecidos de Évora querem enganar alguém. O disco de estreia partilha o nome e desde o logo à artwork, tudo nos diz exactamente ao que estes breves, directos e agressivos temas soam. É como se já o estivessemos a ouvir antes de o ouvir. Só se pede que esteja bem feito, que cause a devida mossa, que o pescoço não tenha grande opção ou consentimento no que diz respeito ao acompanhamento dos riffs e que, no final, queiramos reproduzi-lo outra vez e que se sobreponha a todos aqueles registos que partilham as características visuais e sonoras mas que, simplesmente, não tenham a energia que se requer, não sejam memoráveis e a tal pintura do género por números já soe mais obrigatória do que vinda da alma. Os ThrashWall, felizmente, têm aqui um rico disco breve para ficar no topo do monte dos registos the thrash metal – para quem, de alguma forma, ainda não tivesse percebido o que tocam – para pegarmos mais vezes e até juntar e alternar com alguns dos clássicos que os influenciam.

Inovar? Lá está, isto é thrash, o mais sensível a invenções, o mais punk dos metais, aquele em que não há muito por onde mexer. Outros que tratem das reinvenções, que os ThrashWall já têm a lição estudada para fazer isto com mestria e percorrer um pouco de toda a história do género: desde a fase mais recente embebida em hardcore que não deixou de ser revivalista, à riquíssima fonte germânica e, claro, a raiz clássica, de um “Reign in Blood” a um “Kill ‘Em All,” se não estivermos a fazer de conta que esse aí não pertence a uns gigantes incontornáveis de tudo o que é extremo. O bom tipo de previsível, o fiável. Aquele que sabe como nos ordenar e partir para a moshada e levantar poeira. Pecaria pelo timing por não podermos andar a fazer disso ultimamente, mas bem que nos aguça ainda mais o apetite.

Músicas em destaque:

War Outside the Hall, Insanity Alert, Mosh in the Hall

És capaz de gostar também de:

Overkill, Municipal Waste, Destruction


sobre o autor

Christopher Monteiro

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