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Foi ainda ontem que nos acostumámos muito facilmente a “Concrete and Gold” e às suas experiências seguras de si, mas passaram-se mesmo quatro anos até termos um novo trabalho dos Foo Fighters em mãos. Já são instituições do rock, assim sem necessidade de prefixos ou sufixos, a quem até já pedimos ajuda de vez em quando, sempre que é preciso algo fiável. Já nos tinham “ameaçado” que este seria o seu disco mais dançável e confirma-se.
Logo mal a festa de “Making a Fire” entra, até nos remonta para um nome bem esquecidinho do garage rock revivalista e dançável, os The Mooney Suzuki. Já com os paralelismos feitos com “Alive & Amplified,” o que encontramos nessa faixa é Foo Fighters, assim como na seguinte “Shame Shame,” talvez não a mais dançável do conjunto, mas deveras diferente de qualquer outro tema do seu repertório. Impossível negar que o álbum realmente anda por ambientes mais festivos e ginga como nos primórdios do rock ‘n’ roll, sem medo da influência que o rock clássico banhado de disco e funk deixa em tudo, até mesmo no seu habitual rock de estádio de pulmão cheio. Quer na pegajosa faixa-título ou de um modo multi-facetado como em “Cloudspotter,” que evolui de um início meio à Red Hot Chili Peppers, para um hard rock potente e orelhudo. Claro que também cabe melancolia, como na tensa “Waiting on a War” ou em “Chasing Birds,” que até podia estar no “Echoes, Silence, Patience & Grace.”
Essa promessa de “vamos fazer-vos dançar no próximo” já foi feita por muitos grandes do rock, como se essa parte do mesmo rock tivesse deixado de existir. Fizeram-no recentemente os Queens of the Stone Age, fizeram-no os Green Day, os Muse, fizeram-no muitos outros e os resultados e recepções são sempre mistos. Os Foo Fighters também cumprem a sua promessa mas, apesar de tudo, olhando à lupa, é mais um registo bastante variado, na onda de “Concrete and Gold,” mesmo que realmente pendendo para o lado festivo. Tudo de forma directa, breve – 36 minutinhos parecem chegar – e, acima de tudo, honesta. Principal característica de Dave Grohl, que ele mais emprega na sua música: acima de músico influente, é um fã acérrimo de música. E ouve-se em “Medicine at Midnight.” Que tem argumentos para partilharmos essa paixão. Os tempos são negros mas os Foos só querem o nosso bem, afinal.
Shame Shame, Waiting on a War, Medicine at Midnight
Além dos próprios, lança-se o elogio com paralelismos a gigantes que também tenham mergulhado no rock para a festa: The Rolling Stones, David Bowie.