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“Dead Flowers & Cat Piss” é o segundo longa-duração de Callaz e é um trabalho guiado pela filosofia DIY, com poucos recursos, em estúdios caseiros e feito por Callaz e Helena Fagundes sem qualquer outra intervenção.
Estas canções foram escritas após o lançamento do primeiro LP homónimo, antes, durante e depois da quarentena. A inspiração para o conteúdo lírico vem de livros, filmes, histórias vividas, contadas e imaginadas. Sempre com o objectivo de experimentar musicalmente, este é mais um passo importante para Callaz chegar onde quer.
Como o nome indica esta música é a introdução ao disco. Em forma de homenagem e ao som de sintetizadores, menciono nomes de artistas/personalidades que admiro e que, em comum, têm o facto de viverem/terem vivido sob as suas próprias regras. Vali Myers, António Variações, Brigitte Fontaine, Vi Subversa, Isadora Duncan, Quentin Crisp, Penny Arcade, Lee Miller, Harry Partch, Florbela Espanca, Paula Rego, Lou Andreas-Salomé, Moondog, Elspeth Beard, Anaïs Nin e Mary Landon Baker.
Nesta música volto ao uso de instrumentos de corda (algo que não fazia desde o meu primeiro EP). Escrita em pleno início de quarentena, reúne vários temas misturados (como é comum nas minhas músicas). Em português, inglês e francês, a letra foi inspirada em conversas ao telefone durante esse período, um documentário acerca de John Lurie e o que li em artigos sobre Teresa Torga. Esta foi uma das poucas canções do disco que já tive oportunidade de tocar ao vivo.
Nesta música quis experimentar com panorâmicas. Criar um som que passa de um lado para o outro com o objetivo de dar uma noção de movimento. A letra, inicialmente escrita apenas como texto, relata uma memória/episódio passado em 2014 em Londres. Adaptei depois este texto para canção, sem nada alterar. Toquei uma vez ao vivo, num concerto em Dresden.
Um som de sintetizador cresce e repete-se duas vezes. A letra fala de um casal que vi nas escadas do U-bahn em Neukölln, num domingo de manhã.
Sempre gostei da cena em que Ginger Rogers e Fred Astaire representam a música Pick Yourself Up no Swing Time (1936). Utilizei aqui a minha parte da letra preferida (I pick myself up, dust myself off, start all over again). A demo tinha inicialmente 3 minutos e foi ideia da Lena prolongá-la e adaptá-la à ‘pista de dança’. A outra parte da letra é inspirada numa história de Cleopatra (pearls in wine) onde esta esmaga uma das suas pérolas em vinho e bebe-o, ganhando assim uma aposta a Marco António.
Música inspirada maioritariamente pelo trabalho ‘No Sex Last Night’ de Sophie Calle, filme de 1996. Sendo também fascinada pela Islândia e Gronelândia comecei a demo experimentando com samples de field recordings com o som de gelo. Foi a partir daí que comecei a criar os beats e o resto seguiu.
Estava a ler partes da Ilíada quando escrevi esta música, a letra é um pouco inspirada nisso. Sinto que sonoramente sigo um caminho um pouco diferente aqui. Ainda não está muito claro e precisa de ser melhorado/explorado mas é uma ideia que me interessa, não só pelas dinâmicas da voz como pela maneira como juntei os instrumentos/ritmos.
Música inspirada por Clarice Lispector.
Aqui explorei a ideia de repetição lírica tipo mantra sob uma electrónica, inicialmente, mais densa mas que, ao construir a música, se tornou um pouco mais fluída e para “dançar”. Inicialmente a Queria Só Excepções e a Repetição eram uma música só.
Esta música é praticamente um extra e o crédito é maioritariamente da Lena. Depois de gravarmos a Pas de Sexe Cette Nuit, ela teve a ideia de criar uma outra versão da mesma mas mais ‘dançável’ e um pouco ‘esquisita’.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)