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Para o oitavo álbum dos Epica, esperou-se cinco anos, algo que não é costume. Sempre foram de edições regulares, mas justifica-se que não tenham necessidade de ainda andar com tanta pressa. Já não têm nada a provar, andaram sempre extremamente activos na mesma e fazem parte de um movimento musical que apareceu, em catadupa, há coisa de umas duas décadas atrás, e que agora são dos principais sobreviventes nesse que agora é um fio de água bem mais ténue.
E até os próprios Epica podiam já fazer parte do secume. Foram sempre competentes e sempre uns passos à frente da “concorrência” mas faz algum tempo desde um álbum que realmente agarrasse, que olhássemos para a capa e, de imediato, saltassem grandes temas à cabeça e uma vontade de o revisitar, como com algum dos três primeiros. Que também beneficiam do factor nostálgico, a sublinhar o que pode ser o problema já aqui destacado – o tempo disto bater já passou. Mas “Omega” tinha imenso hype. Como se os próprios Epica tivessem a noção de ter algo em mãos do mais sólido que tinham conseguido em anos. Iguais a si próprios, assinam realmente um dos seus discos mais focados em muito tempo. Mesmo sem novidades no seu metal sinfónico mais over-the-top conceptual e progressivo e com tantos excessos como sempre tiveram – continua a não ser recomendável a quem tiver intolerância a coisas tão gordas e açucaradas.
De resto, evita qualquer tipo de surpresas. Os coros majestosos, os guturais a alternar com a potente voz de Simone, e toda aquela orquestra apoteótica e cinemática que dá todo o ar épico à coisa – como se o nome deles deixasse enganar – estão exactamente onde os esperamos. O mais próximo de uma novidade será um maior ênfase à influência oriental, como em “Seal of Solomon” ou “Code of Life” que mesmo tornando-os comparáveis a uns Orphaned Land, também os Israelitas não se fizeram notar propriamente pela subtileza e minimalismo. Mais um registo extenso, mais um capítulo, o final, da trilogia “Kingdom of Heaven” e mais uma performance vocal digna de registo. O que realmente favorece “Omega” é, não só uma maior convicção, mas também o maior foco naquilo que acabava por se destacar sempre no meio desta grandeza toda: as canções. As tais malhas memoráveis aparecem com maior frequência em “Omega” e, se os Holandeses já são, sem disputa, os líderes deste metal sinfónico descomedido, pelo menos vão dando sinais de que não se vão perder, estagnar por completo ou correr o risco de se engolirem a si próprios. Até ficaram uns dois passinhos à frente dos Nightwish, agora!
The Skeleton Key, Seal of Solomon, Kingdom of Heaven Pt.3
Xandria, MaYan, Therion